Sabíamos que o ódio velado contra Israel, precisamente o que o povo judeu representa para a humanidade, era uma realidade que não se encerrou com o fim do regime nazista na Alemanha. Contudo, a guerra atual contra o Hamas tem servido para revelar muito mais do que imaginávamos, inclusive no contexto brasileiro.

Como se não bastasse vermos manifestações explícitas de apoio ao Hamas na Paulista, incluindo a venda e o uso de bandeiras do grupo terrorista, temos agora um presidente da República que não mede as consequências do que fala e ataca, irresponsavelmente, o Estado de Israel, o único país democrático do Oriente Médio que além de não condenar a comunidade LGBTQIA+, aceita em seu Parlamento a eleição de muçulmanos.

Lula ataca Israel quando acusa o país de praticar “uma violência tão bruta, tão desumana contra inocentes”, colocando o Estado judeu no mesmo nível dos terroristas ao dizer que “se o Hamas cometeu um ato de terrorismo e fez o que fez, o Estado de Israel também está cometendo vários atos de terrorismo ao não levar em conta que as crianças, ao não levar em conta que as mulheres não estão em guerra, ao não levar em conta que eles não estão matando soldados”.

Mentira descarada que só pode ser fruto de uma profunda canalhice ou ignorância! Desde que começou a guerra, Israel tem feito questão de avisar aos civis de Gaza sobre os ataques, pedindo que deixem as regiões-alvo, tanto pelas mídias sociais e televisivas, como por via impressa, distribuindo milhares de panfletos, antecipadamente, pelo céu do território atacado.

Os registros dessas iniciativas são fartos e também demonstram a criação de corredores humanitários, protegidos pelos próprios soldados israelenses, indicando claramente que os únicos inimigos de Israel são membros do Hamas, e não os inocentes que Lula, agora, afirma serem alvos indiscriminados dos israelenses.

Se, por um lado, Israel faz o possível para evitar a morte de inocentes, o Hamas faz o possível para evitar a evacuação dos civis de Gaza, a fim de usá-los como escudos humanos. Essa não é uma opinião minha, mas a constatação de autoridades internacionais com base nos registros do local da guerra.

O chefe da diplomacia da União Europeia, por exemplo, Josep Borrell, declarou horas atrás, segundo O Globo: “Pedimos a Israel que mostre a máxima contenção para salvar vidas civis. Condenamos a utilização pelo Hamas de pessoas e hospitais como escudos (humanos)”.

Ao acusar Israel de terrorismo, portanto, Lula alimenta a campanha de ódio e antissemitismo que disparou no mundo, colocando em risco a vida da segunda maior comunidade judaica da América Latina, que é a brasileira, espalhando desinformação contra um Estado que só está buscando eliminar de uma vez por todas o risco permanente de ataques contra a sua população.

Neste sentido, endosso a nota da Confederação Israelita do Brasil, que reagiu à fala do petista: “Além de equivocadas e injustas, falas como essa do presidente da República são também perigosas. Estimulam entre seus muitos seguidores uma visão distorcida e radicalizada do conflito, no momento em que os próprios órgãos de segurança do governo brasileiro atuam com competência para prender rede terrorista que planejava atentados contra judeus no Brasil.”

Por fim, faço das palavras do jornalista William Waack as minhas, concluindo: “Ao equiparar a resposta israelense aos atos terroristas do Hamas, o presidente Lula perdeu a legitimidade para intensificar as críticas a Israel, feitas por países democráticos como França e Estados Unidos”. Vídeo do comentário completo, abaixo:

 

*As opiniões contidas no texto acima são de inteira responsabilidade do seu autor, não representando, necessariamente, a visão do site Opinião Crítica.