O ex-comandante geral do Exército brasileiro e assessor do GSI (Gabinete de Segurança Institucional do Palácio do Planalto), general Eduardo Villas Bôas, afirmou durante a noite da quinta para sexta-feira (23), que a declaração do presidente francês Emmanuel Macron ao convocar uma reunião de emergência com a cúpula do G7 para tratar da Amazônia como a “nossa casa” é uma ameaça à “soberania nacional” brasileira.
Na série de postagens feita por Villas Bôas, que é considerado um dos militares mais respeitados do país, o mesmo chegou a dizer que a França ameaça o Brasil até com o emprego da força militar, incluindo material fruto de armas nucleares.
O general defendeu que a França não tem “autoridade moral” para tratar de temas a respeito do Brasil, exemplificando os testes nucleares feitos pelo país no último século, os quais provocaram sequelas de saúde irreversíveis em sua população, além de contaminação ambiental.
“Trata-se da mesma França que de 1966 até 1996, a despeito dos reclamos mundiais, realizou 193 testes nucleares […] a índices de radiação 500 vezes maiores que o máximo recomendado por agências internacionais”, disse o general.
“Os desabitados atóis de Mururoa e Fangataufa esconderem, até hoje, 3.200 toneladas de material radioativo de diferentes tipos, produtos das explosões nucleares do exército francês, o mesmo que Macron usa para nos ameaçar”, acrescentou.
Para Villas Bôas, a declaração de Macron, que tratou a Amazônia como a “nossa casa”, ou seja, como se não fosse território exclusivamente brasileiro, “ultrapassa os limites do aceitável na dinâmica das relações internacionais”. Veja abaixo a sequência completa de publicações do general.