Jair Bolsonaro embarcou nesta segunda-feira para a Rússia, conforme já havia previsto e confirmado na semana passada. A oposição, sem surpresa, passou a disparar críticas ao presidente, usando o contexto de possível conflito armado com a Ucrânia e a OTAN como justificativa para condenar a viagem. Quem está certo, afinal?

É verdade que o momento é de tensão, mas é justamente por isso que a ida de Bolsonaro à Rússia, mesmo nesse contexto de iminente invasão russa na Ucrânia, se diferencia completamente de outras viagens.

Em primeiro lugar, porque o presidente mostra que o Brasil é leal aos parceiros comerciais, visto que essa viagem foi confirmada ainda no ano passado, após um convite do presidente russo Vladimir Putin. Brasil e Rússia possuem interesses comuns nas áreas de energia, comércio, agronegócio e defesa.

Bolsonaro, aliás, falou sobre isso para a CNN na sexta-feira passada: “A nossa ida à Rússia também é por respeito, uma vez que fui convidado por Vladimir Putin ainda no ano passado. Nossa política externa sempre foi pela paz e respeito à soberania de outros países”, disse o presidente.

Em segundo, porque a ida de Bolsonaro ao encontro de Putin neste momento, quando todos os olhos do mundo e dos mercados estão voltados para o Kremlin, faz com que a atenção do mundo também se volte para o Brasil, que neste contexto de tensão demonstra ser capaz de manter a sua agenda diplomática, podendo negociar interesses comuns.

Como membro do Conselho de Segurança da ONU, portanto, a presença de Bolsonaro no “olho do furacão” é uma demonstração de força política do Brasil, pois transmite para o mundo o recado de que o nosso país não se deixa intimidar por eventuais ameaças externas, ao mesmo tempo em que nos coloca como potenciais intermediadores diplomáticos de grandes conflitos.

Para os mercados, também é um recado de estabilidade e compromisso com os parceiros comerciais, o que fortalece a confiança dos investidores em nossa bolsa, dado a capacidade do país em se manter aberto ao diálogo mesmo numa situação de crise internacional.

Se Bolsonaro concluir a sua viagem à Rússia com sucesso, como realmente acredito que será, sem tomar partido no conflito russo-ucraniano, mas apenas defendendo a posição histórica do Brasil em respeito à soberania e integridade territorial das nações, o governo brasileiro sairá desse encontro muito mais fortalecido aos olhos do mundo, diplomaticamente.

É disso que a oposição tem medo; do protagonismo deste governo em nível mundial. É o que pessoas como Sérgio Moro, que chamou o nosso presidente de “trapalhão”, teme e inveja, porque sabe que apenas grandes líderes têm a coragem e a capacidade de se posicionar em situações de grandes conflitos diplomáticos, e Bolsonaro é um deles.