O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) homenageou o ditador de um país onde a liberdade é o que menos existe: Coreia do Norte. Kim Jong-un recebeu uma moção de louvor, pasmem, por ter promovido, segundo a legenda, a “paz e à segurança no mundo”.
A homenagem a Kim Jong-un foi requerida pelo vereador Leonel Brizola (PSOL) no fim do mês de novembro, e registrada no dia 10 de dezembro em despacho na KCNA, a agência estatal de notícias da Coreia do Norte, considerada a voz do regime.
O requerimento do PSOL diz que a homenagem ao ditador é “por todo esforço de seu povo e de seu Máximo Dirigente, Excelentíssimo Senhor Kim Jong-un, na luta pela reunificação da Coreia e a necessária busca da paz mundial”, diz a Moção de Louvor e Reconhecimento.
A KCNA afirmou que a homenagem se deu por conta de “sua contribuição à reunificação independente da Coreia, à paz e à segurança no mundo e a seus feitos para esmagar as sanções hostis impostas por forças violentas para abalar a Coreia do Norte, além de fornecer felicidade ao povo”, informou O Globo.
Kim Jong-un – Um torturador e genocida
A Coreia do Norte é considerado o país mais fechado do planeta. Nele impera o culto à personalidade do seu ditador, Kim Jong-un, que mantém a herança de dominação e exploração social fundada por seu avó, Kim Il-sung, o primeiro líder da Coreia do Norte de 1948 a 1994.
Uma das maiores organizações de vigilância dos direitos religiosos do mundo, a Portas Abertas, publica anualmente uma lista com os 50 países onde a perseguição por razões políticas, filosóficas e religiosas é mais agressiva, e a Coreia do Norte está na posição número 1°da lista.
“A Coreia do Norte lidera a Lista Mundial da Perseguição desde 2002. No país, direitos à liberdade de pensamento, religião, expressão e informação não são respeitados”, diz a organização, destacando a suspeita de que o próprio Kim mandou matar o seu irmão anos atrás, um fato também noticiado pelo jornal inglês The Guardian.
“O assassinato do meio-irmão de Kim Jong-un, Kim Jong-nam, em Kuala Lumpur, em fevereiro de 2017, mostrou a truculência do regime, quando se vê ameaçado. A morte de Otto Warmbier, estudante norte-americano, após 14 meses em um campo de trabalhos forçados também destacou a terrível situação vivida no país. Há um ditado norte-coreano que ilustra bem a mentalidade da sociedade: ‘Onde quer que estejam duas ou três pessoas reunidas, uma é espiã'”.
Homenagem do PSOL a Kim Jong-un
Ao dizer que o ditador coreano promove a “paz mundial”, o PSOL ratifica toda a sua ideologia autoritária e hipócrita, compartilhada pela Coreia do Norte, a qual é responsável pelo assassinato de milhões de dissidentes políticos do regime comunista no país.
Nada melhor para comprovar a índole ditatorial de um partido e seus membros, do que observando quais são os seus ídolos, o que neste caso do PSOL ficou evidente se tratar de algo extremamente grave e repugnante.