O novo presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, nem assumiu o cargo ainda e já fez uma afirmação na quinta-feira (28) que certamente deixou muitos credores de cabelo em pé, após sugerir que o país poderá aplicar um calote financeiro em razão das suas dívidas públicas.
“Vamos pagar no dia em que crescermos, tivermos produzindo mais e exportado mais e que tivermos conseguido os dólares com que tenhamos que pagar nossas dívidas. É assim que vai ser desta vez”, declarou Fernández.
O argentino continuou em tom ríspido: “Não vou me deixar convencer com nenhum canto da sereia, porque os cantos da sereia nos deixaram no fundo do mar”. A declaração foi dada durante a conferência anual da União Industrial Argentina, em Buenos Aires.
Na linguagem popular, o que Fernández disse foi uma releitura do famoso ditado: “Devo e não nego, pago quando puder”. Uma declaração que, na prática, é sinônimo de prejuízo financeiro para muita gente. Na sequência do seu discurso, o esquerdista deixa claro que o pagamento da dívida pública ficará em segundo plano.
“Não vamos deixar que as obrigações externas, que são muitas, e que foram acordadas de forma delirante, porque eles pediram muito dinheiro para ser pago muito rapidamente. Não vamos deixar que essa realidade seja colocada na indústria, no emprego e gerar mais pobreza e desemprego”, disse o novo presidente, segundo o UOL.
A Argentina acumula uma dívida pública total de US$ 314,3 bilhões, dos quais quase US$ 44 bilhões correspondem ao empréstimo de US$ 56,3 bilhões, aprovado no ano passado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).