Brasil, Venezuela e Costa Rica disputavam duas vagas no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). A eleição ocorreu na manhã desta quinta-feira (17/10/2019), na sede da entidade, em Nova York, e terminou com o Brasil em primeiro, com 153 votos.
A Venezuela ficou em segundo, com 105, e a Costa Rica em terceiro e de fora, com 96. O país havia lançado candidatura há apenas duas semanas, como um protesto devido à presença da Venezuela no conselho.
Ao fazer campanha, o Brasil também tentou evitar que o país vizinho fosse reeleito para o triênio de 2020 a 2023. “É um regime ilegítimo e essa candidatura é uma excrescência”, disse o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, para uma plateia de representantes de outros países em encontro no Itamaraty no último dia 4 de outubro.
Entidades de direitos humanos do mundo inteiro também protestaram contra a eleição da Venezuela — e algumas contra o Brasil também. Não foi suficiente, porém, para evitar a reeleição dos dois países.
Os outros eleitos para o próximo triênio foram Coreia do Sul, Japão, Líbia, Sudão, Mauritânia, Indonésia, Ilhas Marshall, Polônia, Armênia, Holanda e Alemanha. O Conselho de Direitos Humanos da ONU tem 47 membros, todos com mandatos de três anos. (Metrópoles)
Comentário
A eleição da Venezuela para o Conselho de Direitos Humanos da ONU é uma prova do quanto a entidade é dirigida por interesses contraditórios, em nada amparado pelos fatos que cercam os princípios universais referentes à vida humana.
A Venezuela se encontra em verdadeiro caos humanitário, com mais de 3 milhões de refugiados da fome, repressão e violência promovidos pelo governo de Nicolás Maduro, e isto sem contar os mortos em decorrência dos protestos contra o regime chavista ao longo dos últimos anos.
O reconhecimento de nada menos do que 50 países do presidente interino, Juan Guaidó, no início deste ano, deveria ser mais do que suficiente para que a candidatura bolivariana fosse expulsa de vez do pleito, visto se tratar de um governo em claro conflito político por razões não só econômicas, mas humanitárias, como bem lembrou Ernesto Araújo.