“Na França, como em todo o mundo, as mutilações sexuais femininas são atentados inadmissíveis à integridade e aos direitos fundamentais das mulheres e das meninas que são vítimas” deste procedimento, afirmou a secretária de Estado para a Igualdade francesa, Marlène Schiappa, num comunicado divulgado hoje.

A governante francesa sublinhou que “nenhuma tradição pode ser invocada” para justificar estes atos.

O número de mulheres que vivem na França que foram alvo de mutilação é estimado entre 40 a 60 mil, de acordo com as autoridades francesas, apontando que as mais atingidas são originárias do Mali, do Senegal, do Burkina Faso, da Costa do Marfim e da Guiné-Conacri.

O plano de ação pretende melhorar o apoio às vítimas, “especialmente em termos de saúde mental e de saúde sexual”. O projeto vai realizar a experiência de cirurgia reparatória da Casa de Mulheres de Saint-Denis, na região de Paris, local escolhido hoje pela secretária de Estado para apresentar a iniciativa.

Nos territórios onde esta prática é mais comum, o Governo francês vai procurar estabelecer uma parceria entre os atores locais – como autoridades regionais e associações – para reforçar a informação e a proteção das vítimas. Foi também criado um “guia prático” para encorajar os profissionais na França a sinalizar os casos de mutilação e os potenciais riscos.

Segundo um estudo da Liga Guineense dos Direitos Humanos, divulgado no ano passado, 44,9% das mulheres guineenses entre os 15 e os 49 anos são vítimas desta prática, das quais 29,6% são meninas que têm até 14 anos.

O estudo confirmou uma diminuição na ordem dos 5% relativamente à prática da mutilação genital feminina, também conhecida na Guiné-Bissau por “fanado” da mulher. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, esta prática afeta mais de 200 milhões de mulheres, maioritariamente entre os 4 e os 12 anos.

[A mutilação genital feminina tem como principal motivação a religião, sendo no islamismo onde essa prática absurda é mais realizada. Para entender essa verdade, a qual boa parte da mídia procura esconder ou negar, leia o texto que ainda se encontra disponível em nossa antiga plataforma, intitulado: “Mais de 200 milhões de mulheres já sofreram mutilação genital em 30 países“.