A ministra Damares Alves, da Mulher, Família e Direitos Humanos, falou sobre algumas políticas do governo Bolsonaro em uma entrevista para o jornal português DW, na ocasião da sua presença em Genebra, Suíça, para uma reunião da Organização das Nações Unidas (ONU).

Damares defendeu a sua visão sobre a forma como a contracepção precoce deve ser encarada, destacando a necessidade de retardar o início da vida sexual dos adolescentes, mas também utilizar métodos contraceptivos como a camisinha.

“Eu teria que ir para a cadeia ou para um hospício se dissesse que vou combater a gravidez precoce apenas com a abstinência. Os métodos anteriores continuarão, vamos continuar falando de camisinha, de preservativo e de pílula”, disse ela.

“Só que nós vamos trazer para essa abordagem também o retardar do início da relação sexual no Brasil. Nós não vamos fazer um trabalho [dizendo que] “está proibido o sexo, está proibido o sexo”. Nós vamos conversar com o adolescente”, completou.

Sobre o fato de também se declarar pastora evangélica, Damares foi questionada se a sua fé cristã não tem interferido em seu trabalho como ministra, o que ela negou de forma contundente.

“Em momento nenhum”, declarou. “Quem está ali é uma gestora ativista de direitos humanos que chegou a ser ministra por causa da sua história na defesa dos direitos humanos no Brasil. Não tem nenhum ato meu como ministra que tenha algum ingrediente religioso”, afirmou.

Contudo, Damares testemunhou que seguir a Cristo é o que lhe motiva atuar nessa área. “Mas a minha fé me impulsiona a ser uma ministra cada vez melhor. Eu aprendi com a minha fé a amar o próximo como a si mesmo, dar a vida pelo próximo. E é o que eu tenho feito todos os dias”, disse ela.