Não é de hoje que os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro são atacados por grande parte da mídia, a qual procura insistentemente associá-los aos mais diversos  tipos de pechas negativas, mas isso não é por acaso.

Por décadas a população brasileira, em sua jovem democracia, viveu escanteada do mundo político. A participação popular se resumia apenas ao período eleitoral, de modo que a consciência política do cidadão era muito limitada ao voto.

Com o advento das redes sociais e o grande número de informações compartilhadas diariamente pela internet, a sociedade mudou radicalmente e isso em todos os aspectos. Politicamente, principalmente.

Temos um exemplo marcante de como isso foi determinante para a mudança de postura política da sociedade através da Primavera Árabe, a qual foi responsável por uma série de transformações governamentais no Oriente Médio e no Norte da África a partir de 18 de dezembro de 2010, e isso graças ao poder das informações compartilhadas pela internet.

Observe que no Brasil não foi diferente, tanto que o início das grandes manifestações de rua no país, em junho de 2013, em São Paulo, ainda se deram na esteira da Primavera Árabe, razão pela qual também se falou ter começado nas terras tupiniquins uma “primavera brasileira”.

A política voluntária

Foi nesse contexto que vimos surgir uma ruptura da velha consciência política para uma nova. Partidos e políticos que por décadas receberam o apoio de militâncias organizadas, geralmente associadas à filiação, viram sair nas ruas uma população sem qualquer vínculo partidário, senão apenas com o desejo de ver mudanças no país.

Essa é a mesma população que hoje se manifesta através das redes sociais, das mídias alternativas (como este site) e dos milhares de outros meios legítimos de expressão popular, porém, de forma mais consolidada e consciente da sua importância no debate das políticas públicas.

Nesse contexto, de forma deplorável, muitos partidos, políticos e autoridades públicas (como ministros do STF) parecem ainda não ter compreendido que tais manifestações ocorrem de forma voluntária, independente e sem qualquer financiamento ilegal.

Eles simplesmente não admitem que é possível haver uma militância minimamente organizada de forma espontânea, não por interesses escusos, mas tão somente pelo desejo de lutar por um Brasil melhor, livre da corrupção, das injustiças e da imoralidade que por décadas assolam a Nação.

É daí que parte o “ódio” e toda forma de perseguição, quer dos meios de comunicação ou mesmo do judiciário. Eles não aceitam que diferentemente do que pensam Bolsonaro possa receber, sim, apoio voluntário, ainda que com ideias polêmicas ou posturas questionáveis.

Evidentemente, isso fala por todos os apoiadores do atual presidente? Fala por toda a população? Claro que não. Exceções existem, mas elas também não falam pela maioria. É possível haver pessoas mal intencionadas, sim, e até cometendo ilegalidades, mas tal possibilidade passa longe do que grande realidade.

Mas, finalmente, essa é a realidade, e custe o que custar ela não irá mudar, salvo se instale no Brasil um verdadeiro regime autoritário, e é justamente isso que muitos já pretendem fazer ao propôr a regulamentação das mídias.