O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, disse que a renegociação dos contratos para instalação de radares eletrônicos nas rodovias federais gerou uma redução de praticamente dois terços de seu valor. Segundo ele, o ministério fez um acordo na Justiça para manter 1 mil radares em 2.200 trechos monitorados.

“Isso foi acordado, então estamos cumprindo a determinação do presidente Jair Bolsonaro [PSL] e trazendo tecnicidade para colocação de equipamentos”, disse. “Não tem polêmica nenhuma. O presidente quer facilitar a vida do cidadão e está muito preocupado com a redução de custo. Ele nos passa essa diretriz diuturnamente”, acrescentou.

O ministro disse que os radares que serão instalados são “o mínimo necessário” para manter a segurança nas rodovias. De acordo com ele, os equipamentos serão instalados principalmente nos trechos em que há transição de área rural para urbana e nas proximidades de escolas.

“Serão radares bem sinalizados, o usuário não será surpreendido”, disse. “Não vai ter mais radar escondido, radar que tem o objetivo de prejudicar simplesmente o cidadão”, acrescentou.

Os contratos, licitados em 2016, ainda no governo Michel Temer, previam a instalação de radares de velocidade em 4.204 pontos de estradas, ao custo de R$ 1 bilhão. No início do ano, Bolsonaro disse em sua conta no Twitter que havia mandado cancelar a instalação de 8 mil radares no país – entre novos radares e equipamentos a serem substituídos por outros. “Importante lembrar que herdamos contratos que não fizemos”, destacou o ministro.

Tarcísio disse que os contratos, que somam R$ 1 bilhão, não eram “razoáveis”, já que o contrato para manutenção de toda a malha tem valor de R$ 2 bilhões. “Não é só radar que salva vidas, mas manutenção rodoviária, correção geométrica e sinalização”, acrescentou.

Sobre o projeto de lei proposto por Bolsonaro para rever o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), o ministro disse que cabe ao Congresso avaliar se a sociedade está pronta para as mudanças sugeridas.

Entre as propostas está o fim da multa para motoristas que transportarem crianças sem cadeirinha, substituída por uma advertência, e o aumento do limite de 20 para 40 pontos para o motorista perder a carteira.

“Foi essa questão que foi colocada para sociedade. Estamos maduros para não termos mais pena pecuniária para cadeirinha? Será que, se tirássemos hoje a obrigatoriedade de cinto de segurança, alguém deixaria de usar?”, questionou. “Eu não transportaria filho sem cadeirinha. A questão que se coloca é se a sociedade está pronta para dar esse passo. Se for essa a percepção de momento, a percepção histórica, isso não vai passar no Congresso.”

Segundo o ministro, como muitos motoristas estão chegando próximo do limite de 20 pontos, os departamentos de trânsito não estão conseguindo processar a informação. Um dos problemas, de acordo com ele, é que dois terços das multas do CTB são graves ou gravíssimas e, portanto, têm alta pontuação. “Será que são [graves e gravíssimas] mesmo?”, criticou. (Metrópoles).