A necessidade de se combater a pandemia do novo coronavírus trouxe consigo inúmeros problemas, não apenas de ordem econômica. No âmbito da saúde, outras doenças como o câncer também se tornaram um problema maior, visto que dificultou o acesso ao tratamento de muitas pessoas.

É o que revela, por exemplo, um estudo feito pelo Instituto Oncoguia, realizado entre os dias 29 de março e 10 de maio, segundo informações da Agência Brasil.

A pesquisa apontou que 43% dos 429 pacientes oncológicos que responderam a um questionário sobre o tema disseram ter sido impactados pela pandemia, contra 55% de entrevistados que disseram não ter sido prejudicados.

“Entre os que declararam ter sido afetados pela crise sanitária, 15% afirmaram que seus tratamentos tinham sido adiados. Dez por cento relataram que não conseguiam agendar consultas e 6% que seus tratamentos haviam sido cancelados, sem previsão de retorno. Os 12% restantes relataram diferentes efeito da pandemia sobre suas rotinas”, diz a EBC.

Os dados são de extrema importância, pois revelam na necessidade do olhar sobre os outros problemas de saúde no contexto da pandemia, algo que, no caso dos pacientes de câncer, é um problema ainda maior, visto que eles fazem parte do grupo de risco do coronavírus.

“Os resultados comprovam os relatos de suspensão e cancelamentos que vínhamos recebendo e, em parte, refletem o que foram os dois primeiros meses [da doença no Brasil]. Tudo virou de ponta cabeça. As pessoas tinham muito medo de sair às ruas e tivemos que nos organizar para compreender o real impacto do novo coronavírus nos hospitais”, disse a presidente do Instituto Oncoguia, Luciana Holtz.