O Movimento #MaconhaNão vem a público manifestar repúdio à tentativa da Rede Globo de fazer apologia descarada ao plantio, tráfico e consumo de drogas, durante o programa intitulado “Encontro com Fátima Bernardes”, programa diário, exibido pela manhã.

A apresentadora Fátima Bernardes trouxe para o palco de seu programa uma cantora de funk, a Ludmilla, que lançou a música ‘Verdinha’, com letra sobre maconha, claramente uma apologia declarada e abusiva à maconha, não somente ao uso, mas referente aos crimes de tráfico e plantio, ambos previstos no artigo 28 da lei 11 343 de 23 de agosto de 2006.

A cantora aparece como fazendeira em plantação de alface e canta ‘eu fiz um pé lá no meu quintal, tô vendendo a grama da verdinha a um real’. Apesar da plantação ser de alface, a alusão à maconha é direta. Inclusive, a cantora e o elenco fumam. A referência é o clipe de “Pour It Up”, da cantora americana Rihanna.

É abusivo que um programa de TV em horário em que crianças estão assistindo, um programa que diz ter a função de esclarecer a sociedade sobre diversos assuntos, ter a capacidade de fazer campanha declarada ao crime em um momento em que a ciência afirma os prejuízos cognitivos que a maconha causa no cérebro do adolescente.

Essa é uma conclusão, por exemplo, da pesquisa publicada na REVISTA CIENTÍFICA ‘THE LANCET’, onde se afirma que menores de 17 anos têm risco 60% maior de não terminar o Ensino Médio devido ao uso precoce da maconha.

Outros estudos [Veja aqui e aqui] apontam os prejuízos cerebrais, cognitivos, devido às crianças e adolescentes ainda estarem em formação. Um estudo recente, por exemplo, que avaliou os danos do uso de drogas por adolescentes, revelou que a cannabis é mais prejudicial do que o álcool, visto que é uma porta de entrada para outras drogas ainda mais pesadas.

“O consumo de álcool e cigarros declinou vertiginosamente nas populações de adolescentes por 20 anos, enquanto o consumo de maconha não diminuiu”, disse a PhD. Katherine M. Keyes, professora associada de Epidemiologia na Columbia Mailman School.

O motivo para isso está no fato de que a maconha tem efeitos sobre o raciocínio, o comportamento e a memória, mesmo depois que as pessoas param de consumir a droga. O estudo foi publicado no American Journal of Psychiatry e trouxe dados resultantes do acompanhamento de 3.826 estudantes a partir dos 13 anos de idade, que participaram de avaliações ao longo de quatro anos.

Outro fator a ser pontuado é que neste horário do citado programa, famílias, crianças e adolescentes estão assistindo essa programação, pais permitem que seus filhos menores assistam TV, pois é um horário considerado como inocente na concepção das pessoas.

Crianças estão sendo alienadas pela programação com conteúdos inapropriados. O programa da Fátima Bernardes deve ser responsabilizado por expor crianças à apologia ao crime.

Não podemos aceitar que isso passe impune. É mais um descaso dessa rede de TV que vem insistentemente provocando por meio de apologia às drogas toda a sociedade, colocando, neste caso, crianças expostas ao abuso infantil, já que, claramente, a música da cantora claramente induz ao uso, plantio e tráfico.

Seguem trechos da música:

Fiz um pé lá no meu quintal
Tô vendendo a grama da verdinha a um real
Eu fiz um pé lá no meu quintal
Tô vendendo a grama da verdinha a um real

……..

Sou porra louca
Mas também sou dedicada
Em casa não falta nada
Trabalho pra estudar
Eu tenho alma de pipa avoada
Minha vizinha fala, fala, e não consegue acompanhar
Um dia eu vou poder falar toda verdade
A máscara que vai cair diante da sociedade
Bang, bang
Não me perturba
Vou tacar fogo em mais um
Só pra não ficar maluca

…….

Fiquei loucona
Chapadona
Só com a marola
Da Ruama

Por: Marisa Lobo – Presidente Nacional do Movimento Maconha Não