Em sua live semanal na última quinta-feira (30), o presidente Jair Bolsonaro emitiu opinião crítica sobre os números da pandemia da Covi-19 no Brasil, expondo que a tentativa de impedir o aumento da curva de infectados de forma exponencial, através do isolamento radical, foi praticamente “inútil”.

“Eu já disse, 70% da população vai ser infectada [pelo novo coronavírus]. Pelo que parece, pelo que estamos vendo agora, todo o empenho para achatar a curva praticamente foi inútil”, afirmou o presidente.

O presidente voltou a destacar os efeitos negativos da quarentena total, a qual impede o funcionamento dos comércios e serviços no país, argumentando que a maioria da população não sentiria de forma grave os sintomas da Covid-19 em caso de contaminação.

“Agora, efeito colateral disso: desemprego. O povo quer voltar a trabalhar. Todo mundo sabe que, quanto mais jovem, menos problemas tem de ter uma consequência danosa em sendo infectado pelo vírus”, afirmou Bolsonaro

O presidente tem sustentado que a contaminação com a Covid-19 é inevitável para a maioria da população, razão pela qual, segundo ele, o isolamento total seria “inútil”, o que prejudicaria apenas a economia do país de forma imediata, em vez de frear o avanço da pandemia. A opinião crítica do presidente, contudo, não é vista de forma entre especialistas.

Pessoas como o ex-ministro da Saúde, Henrique Mandetta, assim como o atual, Nelson Teich, também entendem que o isolamento não visa impedir o avanço da Covid-19, especificamente, como sugere Bolsonaro, mas sim a contaminação em massa da população em um período curto de tempo, a fim de não saturar a capacidade do sistema público de sáude.