A Polícia Federal deflagrou na manhã nesta quinta-feira (23) a terceira fase da Operação Apneia, que investiga a suspeita de compra irregular de respiradores pulmonares para o tratamento do novo coronavírus, em Recife, PE.

Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, os quais envolveram Felipe Bittencourt e Mariah Bravo, servidores da Secretaria de Saúde do Recife, e ao empresário Juarez Freire da Silva, segundo informações do G1.

“Com base no resultado das análises do material arrecadado nas fases anteriores, foi possível constatar que, de fato, servidores da Secretaria de Saúde tinham conhecimento de que os equipamentos da efetiva fornecedora, a Bioex Equipamentos Médicos, não tinham certificação da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] para ser utilizado no combate à Covid-19”, disse o delegado da PF Daniel Silvestre, à frente das investigações.

Os respiradores não teriam a certificação e foram produzidos a partir de equipamentos veterinários, sem comprovação de eficiência para os seres humanos. O ex-ministro da Educação, Mendonça Filho, se manifestou em sua rede social criticando o prefeito do Recife, Geraldo Júlio (PSB-PE).

“Em maio denunciei ao Ministério Público Federal, a CGU, ao TCU, ao TCE e ao MPPE a compra de 500 ventiladores pulmonares pela Prefeitura do Recife, para pacientes com a Covid_19, a uma empresa veterinária. O diálogo revelado hoje do diretor afastado sobre a compra é um escárnio”, escreveu Mendonça.

“Absurdo! É assim que a gestão Geraldo Júlio no Recife tratou a compra de respiradores pulmonares de animais para pacientes da covid_19. É um crime contra a vida”, destacou o ex-ministro.

O áudio do qual Mendonça se refere repercutiu em uma transmissão local, onde a ênfase do uso dos equipamentos não é a hospitalar. O portal G1 também confirmou a denúncia, com base na investigação da Federal.

“A Anvisa informou que o fabricante dos respiradores não tinha autorização para produzir o equipamento e que os aparelhos não poderiam ser utilizados em humanos. O produto havia sido recém-desenvolvido a partir de equipamentos de uso veterinário”, diz o editorial. Veja abaixo: