Parece, mas não é teoria da conspiração! O pedido por um rastreamento global da Covi-19 através de código QR foi apresentado formalmente pelo governo comunista da China, através do ditador Xi Jinping, em discurso na reunião virtual dos líderes do G20 no sábado passado.

“A China propôs um mecanismo global de reconhecimento mútuo de atestados de saúde com base em resultados de testes de ácido nucléico na forma de códigos QR que são aceitos internacionalmente. Esperamos que mais países adotem esse mecanismo”, disse Xi, segundo informações da CNN Brasil, com destaque nosso.

Liberdade em risco

O uso do QR Codes para armazenar dados de saúde de cada indivíduo no mundo é obviamente de causar grande preocupação, visto que isso implica no risco iminente de restrição das liberdades individuais.

A China já utiliza esse mecanismo desde o começo da pandemia, sob o pretexto de controle pandêmico, mas isso tem um preço. “As autoridades armazenam grandes quantidades de dados pessoais de seus cidadãos”, informou o G1 em maio.

“Os chineses não têm outra escolha, porque os aplicativos funcionam sem seu consentimento (…) o sistema gera um ‘código de saúde’ verde (sem problemas), amarelo (obrigação de ficar em casa em quarentena), ou vermelho (quarentena em um hotel fechado, previsto para isso”, completa o editorial.

Outros países, com o Japão e Austrália também já adotaram mecanismos semelhantes, o que aumenta o alerta sobre a possível aceitação global de um sistema único, integrado entre os diferentes países, sob o pretexto de controle da pandemia.

“Cuidado com a proposta do governo chinês de um sistema global de código QR”, afirmou o diretor executivo da organização Human Rights Watch, Kenneth Roth, em sua conta no Twitter. “Um foco inicial na saúde poderia facilmente se tornar um Cavalo de Tróia para monitoramento político mais amplo e exclusão”.

Países pressionados?

O risco de um mecanismo global de rastreamento é que ele se converta em restrições jamais vistas na circulação de pessoas em todo o planeta, inclusive no acesso delas a determinados serviços caso não aceitem, por exemplo, se submeter ao rastreamento.

Se tal proposta avançar em escala global, sendo defendida por organizações como a ONU e a OMS, países poderão ser pressionados em nível diplomático para se submeter ao mecanismo, sofrendo sanções caso não aceitem, ou simplesmente alvo permanente de críticas, como é o Brasil atualmente na questão ambiental.

Stuart Hargreaves, professor associado da faculdade de direito da Universidade Chinesa de Hong Kong, deu uma declaração que indica como tal pressão aconteceria na prática, sobre a população, ao defender um “passaporte digital de saúde” internacional.

“Para que as viagens se aproximem de algo como era antes da Covid-19, será necessário algum tipo de padrão internacional que seja fácil de obter, fácil de usar, seguro e que proteja a privacidade”, explicou, segundo a CNN.

Narrativas de convencimento

Não é difícil imaginar algumas das principais narrativas que poderão ser utilizadas para a implementação de um sistema global de rastreamento nos moldes do governo comunista chinês, ou semelhante a ele.

Mais “segurança” não só no quesito saúde, mas civil, sem dúvida será o principal argumento. O bem “coletivo” será outro. A possibilidade de viagens e acesso facilitado aos mais diversos serviços, outro. O controle mais ágil de futuras pandemias, mais um!

Em nome do “bem comum”, portanto, muitos que por falta de entendimento crítico sobre a real natureza do idealismo global poderão abrir mão de parte da própria privacidade, defendendo e se submetendo ao rastreamento global. Uma possibilidade que parece mais próxima e ameaçadora do que muitos imaginam.

Agora, você quer entender como tudo isso pode estar conectado com a substituição do dinheiro físico pelo 100% virtual? Leia abaixo:

Controle populacional e maior perseguição? China já testa dinheiro 100% digital