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Maioria do STF decide liberar mensagens roubadas da Lava Jato para defesa de Lula

Maioria do STF decide liberar mensagens roubadas da Lava Jato para defesa de Lula

Lula pressiona Gilmar Mendes para adiar mensalão em 2012, disse a Veja. Reprodução: O Globo

A maioria da Segunda Turma do STF decidiu liberar nesta terça-feira (09) o compartilhamento das mensagens roubadas por criminosos – obtidas mediante o hackeamento de dados da operação Lava Jato – para a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A decisão beneficia diretamente a defesa do ex-presidiário, condenado em 2018 por corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo informações do UOL, a intenção dos advogados de Lula é analisar as conversas para colocar em suspeição a atuação do ex-juiz Sergio Moro, responsável pela condenação de Lula em 1ª instância.

Com isso, se os recursos de suspeição de Moro forem aceitos, a própria condenação de Lula pelos crimes dos quais foi acusado no âmbito da Lava Jato poderá ser revertida, deixando o líder petista com a ficha policial limpa para poder concorrer a cargos públicos, incluindo a presidência da República em 2022.

Foram favoráveis a liberação das mensagens os ministros Ricardo Lewandowski, Kassio Marques Nunes (indicado por Bolsonaro), e Cármen Lúcia. Edson Fachin, por sua vez, votou contra. Falta ainda o voto do presidente da 2ª Turma, Gilmar Mendes. Todavia, o colegiado já formou maioria em favor do pedido da defesa de Lula.

Com essa decisão, o tema deverá ir ao plenário do STF, onde todos os 11 ministros deverão votar. Portanto, a decisão ainda poderá ser revertida. As mensagens em questão foram roubadas do celular do ex-ministro Sérgio Moro em 2019, resultando na operação Spoofing.

O procurador Deltan Dallagnol e autoridades políticas do país também tiveram mensagens pessoais roubadas e vazadas. Na prática, se a maioria do plenário do STF acompanhar a decisão da 2ª turna, estará legitimando o uso de dados obtidos por meios criminosos como instrumento de defesa.

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