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Em discursos, Fux, Lira e Pacheco ignoram pautas do 7 de setembro e blindam Moraes

Após as manifestações do 7 de setembro, na terça-feira, ontem foi a vez das principais autoridades do país marcarem posição em relação aos protestos que tomaram conta do Brasil. Me refiro ao presidente do STF, ministro Luiz Fux, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Infelizmente, posso classificar o discurso dos três como algo puramente estético, burocrático e por isso artificial. Analisando cuidadosamente o conteúdo, vemos que não houve qualquer manifestação de preocupação da parte deles com as pautas reivindicadas pela população no dia 7. E quais foram essas pautas? A população não saiu às ruas no dia 7 para comemorar a Independência do Brasil. Saiu justamente para DEFENDER a independência, precisamente a liberdade de expressão do pensamento, comunicação e outras garantias individuais determinadas na Constituição Federal. Também saiu para pedir o voto impresso e o impeachment de alguns ministros do STF, como Alexandre de Moraes. Qual foi a consideração feita por Fux, Lira e Pacheco sobre essas pautas? Nenhuma! Falar em defesa da democracia e do direito a manifestações pacíficas de forma GENÉRICA não é dar uma resposta ao povo que foi nas ruas reivindicar pautas específicas. Os discursos que fizeram, na verdade, tiveram apenas serventia política e midiática, mas não popular. Alvo das críticas em massa dos manifestantes, o ministro Alexandre de Moraes foi 'blindado' por Fux, Lira e Pacheco, já que nenhum dos três fez qualquer referência, ainda que de forma indireta (como fez Augusto Aras no seu discurso) às atitudes do magistrado consideradas abusivas por grande parte da população. O que isso nos mostra é que essas autoridades estão sendo incapazes de fazer autocrítica e de ouvir a população nas ruas. E se não ouvem a população, significa que pouco se importam a opinião dela. Tudo o que vale é o que eles mesmos acham, ainda que o país entre numa guerra civil? É o que parece. Do contrário, saberiam reconhecer a frustração das multidões que foram às ruas, admitiriam os erros do Legislativo e do Judiciário e mostrariam a disposição necessária para corrigi-los. Mas não foi o que fizeram. Em vez disso, usaram a retórica para tentar contornar a situação. Fazer parecer que grande parte dos problemas atuais do Brasil não são frutos do desequilíbrio entre os poderes, das interferências contínuas nas decisões do Executivo e da indignação popular com os abusos que crescem contra cidadãos comuns. O que pensam que vão conseguir com esse negacionismo popular, senhores? Apaziguar o país? Não percebem que só estão alimentando o gigante com revolta, e que ela poderá explodir na forma de caos social lá na frente, e não mais em manifestações pacíficas como as do último dia 7? Façam exame de consciência e saiam das suas bolhas. O Brasil real está aqui fora.

Após as manifestações do 7 de setembro, na terça-feira, ontem foi a vez das principais autoridades do país marcarem posição em relação aos protestos que tomaram conta do Brasil. Me refiro ao ministro Luiz Fux, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, presidentes do STF, da Câmara e do Senado, respectivamente.

Infelizmente, posso classificar o discurso dos três como algo puramente estético, burocrático e por isso artificial. Analisando cuidadosamente o conteúdo, vemos que não houve qualquer manifestação de preocupação da parte deles com as pautas reivindicadas pela população no dia 7. E quais foram essas pautas?

A população não saiu às ruas no dia 7 para comemorar a Independência do Brasil. Saiu justamente para DEFENDER a independência, precisamente a liberdade de expressão do pensamento, comunicação e outras garantias individuais determinadas na Constituição Federal. Também saiu para pedir o voto impresso e o impeachment de alguns ministros do STF, como Alexandre de Moraes.

Qual foi a consideração feita por Fux, Lira e Pacheco sobre essas pautas? Nenhuma! Falar em defesa da democracia e fazer elogios às manifestações pacíficas de forma GENÉRICA não é dar uma resposta ao povo que foi reivindicar pautas específicas. Os discursos que fizeram, na verdade, tiveram apenas serventia política e midiática, mas não popular.

Alvo das críticas em massa dos manifestantes, o ministro Alexandre de Moraes foi ‘blindado’ por Fux, Lira e Pacheco, já que nenhum dos três fez qualquer referência, ainda que de forma indireta (como fez Augusto Aras no seu discurso) às atitudes do magistrado consideradas abusivas por grande parte da população. O que isso nos mostra é que essas autoridades estão sendo incapazes de fazer autocrítica e de ouvir o povo nas ruas.

E se não ouvem a população, significa que pouco se importam com a opinião dela. Tudo o que vale é o que eles mesmos acham, ainda que o país entre numa guerra civil? É o que parece. Do contrário, saberiam reconhecer a frustração das multidões, admitiriam os erros do Legislativo e do Judiciário e mostrariam a disposição necessária para corrigi-los.

Mas não foi o que fizeram. Em vez disso, usaram a retórica para tentar contornar a situação, fazendo parecer que grande parte dos problemas atuais do Brasil não são frutos do desequilíbrio entre os poderes, das interferências contínuas nas decisões do Executivo e da indignação popular com os abusos que crescem contra cidadãos comuns.

O que pensam que vão conseguir com esse negacionismo popular, senhores? Apaziguar o país? Não percebem que só estão alimentando o gigante com revolta, e que ela poderá explodir na forma de caos social lá na frente, e não mais em manifestações pacíficas como as do último dia 7? Façam exame de consciência e saiam das suas bolhas. O Brasil real está aqui fora.

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