O ex-ministro e deputado federal Osmar Terra tem sido mais uma voz dissidente da grande mídia no tocante ao coronavírus. Neste sentido, o parlamentar se alinha com o pensamento do presidente Jair Bolsonaro, que enxerga no modelo de quarentena horizontal um problema para o Brasil.

“Eu falo como médico e só me baseio em evidências científicas”, disse ele em uma entrevista para o portal Estradas. “Eu sou totalmente contra a quarentena, não adianta nada. Eu posso falar isso porque, como Secretário de Saúde do Governo do Rio Grande do Sul, enfrentei três epidemias e são pouquíssimos no Brasil com essa experiência”, completou.

“Não estou falando apenas como médico, muito menos acadêmico, mas como quem enfrentou epidemias graves. É um absurdo como a televisão, a Rede Globo, está tratando o tema. Não deixam aparecer nenhum debate científico, não existe contraditório, nada. Só colocam para falar quem assusta mais a população”, destacou o deputado.

Osmar Terra defende que a quarentena não fará diferença na disseminação do vírus, uma vez que o mesmo já estaria circulando entre a população, de forma assintomática em muitas pessoas, dentro dos lares. O impacto do isolamento, segundo o deputado, será apenas econômico. 

“Não existe a menor possibilidade de a quarentena alterar o curso da epidemia. Principalmente quando o vírus já está circulando até na casa das pessoas. Além do mais, é um desastre para a economia. A China não está fazendo isso e caso continue o isolamento nos EUA, no final do ano o PIB da China vai superar o americano. O Brasil não pode parar”, explicou.

Como foi Secretário de Saúde do Rio Grande do Sul na época do H1-N1 e é médico com trabalhos já publicados na área de saúde, Osmar Terra é taxativo ao defender a sua visão. 

“Insisto, eu enfrentei epidemias. Quem tem a experiência de estar no front decidindo se fecha ou não fecha as escolas, o comércio, aumentar a capacidade das UTIs como eu tive com a H1N1? A epidemia é uma força da natureza e o vírus só se altera quando contamina mais de 50%, 60% da população”, disse ele.

“E 99% das pessoas com vírus não vão ter sintoma nenhum. Aí você forma uma parede de pessoas com anticorpos que não deixam contaminar quem não tem anticorpos nenhum. Como termina uma epidemia que não tem remédio, não tem vacina e de repente ela acaba? É pelo contágio geral”, conclui.