O chef de cozinha Henrique Fogaça, conhecido nacionalmente por ser um dos três apresentadores do programa de TV MasterChef Brasil, virou alvo de polêmica neste final de semana, após o mesmo publicar um vídeo e foto onde aparece debochando da fé católica enquanto estava de visita na sede mundial da Igreja, no Vaticano.

Henrique Fogaça está em Roma, na Itália, segundo ele também a trabalho. O paulistano apareceu abraçando duas freiras, com uma camiseta com a estampa de duas mulheres, usando hábitos religiosos, dando um beijo homossexual.

“Pedindo a bênção. ‘Orai por nós’, ‘Prega per noi‘, ‘Pray for us‘”, escreveu Fogaça na legenda da publicação em sua conta no Instagram (já apagada por ele). Nas hashtags, ainda destacou a seguinte mensagem: “blasfêmia, o choro é livre e fuck [“foda-se”]hipocrisia’”.

Já em um vídeo publicado também publicado por ele, Henrique Fogaça aparece visitando uma catedral católica. Todavia, o apresentador do MasterChef fala de modo sarcástico enquanto caminha, aparentemente, em direção à igreja. “Bom, hoje é dia de se confessar com o Papa”, disse ele.

“Será que ele vai me redimir? Hã? Vamos ver, Papa!”, ironiza Fogaça, ciente de que naquela ocasião não seria recebido pelo Papa Francisco. Em seguida, o chef de cozinha já aparece dentro do templo, onde continua com ironias descontextualizadas sobre a fé católica.

“Aqui ó… a igreja aqui é só caixinha heim”, disse ele, se referindo ao local onde os visitantes podem depositar ofertas para a igreja. “O Papa morreu no século X porra, ai tá dando oferta pra ele? Ai é foda heim… e o povo morrendo na rua, como é que faz?”, acrescentou.

Henrique Fogaça tenta se justificar

Após a forte repercussão negativa, inclusive dos próprios seguidores no Instagram, o apresentador do MasterChef Brasil publicou um vídeo tentando se justificar. Todavia, Henrique Fogaça desvia completamente do “X” da questão, saindo do mérito do desrespeito religioso cometido por ele para entrar na questão do “preconceito” contra o público LGBT.

“Falaram que sou desrespeitoso. Isso para mim são pessoas desonestas, que matam, roubam… Eu não faço parte disso”, disse ele, usando exemplos extremos para fazer parecer que apenas tais casos caracterizam o ato de desrespeito.

“Tenho valores, educação, sou trabalhador. Sou uma pessoa do bem”, afirmou Fogaça, explicando que ao sair da catedral foi reconhecido por uma dupla de freiras (que aparecem na foto) e por isso tirou uma foto com elas. “Essas duas freiras brasileiras vieram falar comigo e conversamos um pouco. Não sou racista e nem preconceituoso. Ser gay é doente? Eu acho que não, né?”, disse ele.

Qual foi o erro de Fogaça?

É perfeitamente plausível que pessoas rejeitem qualquer religião, independente dos motivos, assim como é plausível que pessoas critiquem a religião, seus praticantes e a fé que professam, independente de qual seja. O que não é plausível é confundir crítica com ofensa, e esse foi o erro de Henrique Fogaça.

No momento em que Fogaça vai à sede da Igreja Católica (Vaticano), ciente de que vai entrar na catedral e encontrar, ali, pessoas que seguem a fé cristã, tendo aquele ambiente como espaço sagrado, e mesmo assim o apresentador escolhe utilizar uma camisa que não apenas faz alusão à uma prática condenada pela doutrina da Igreja, que é o homossexualismo, como também associa essa prática à figura das freiras, ele está claramente desrespeitando a fé católica, visto que não foi uma escolha aleatória, mas proposital.

A fala irônica de Fogaça antes de entrar na catedral, durante a estadia no templo, a foto retirada posteriormente e a legenda que colocou na mesma (“blasfêmia, o choro é livre”) só reforçaram a intenção do apresentador do MasterChef de atingir a fé do segmento cristão católico.

Não se tratou de uma opinião crítica, por exemplo, sobre a história político-religiosa da Igreja (algo legítimo!), ou da doutrina cristã que, com base nas Escrituras Bíblias, condenam o comportamento homossexual como um pecado contrário à natureza. Se assim fosse, Fogaça teria que ter conhecimento teológico e científico suficientes para refutar centenas de anos de história, algo que ele certamente não tem.

Mas se tratou, sim, de palavras arrogantes, sarcásticas e ofensivas que em nada são compatíveis com a estatura de um grande chef de cozinha, cuja fama foi conquistada em um país composto por mais de 80% de cristãos. Assim, é bom que Fogaça entenda que para ter opinião crítica, não basta ser autêntico e verdadeiro, é preciso sobretudo ter educação e respeito.

Veja abaixo o vídeo de Fogaça no Vaticano e o outro da “justificativa”:

https://www.youtube.com/watch?v=tOhDzA6jAYA