O apresentador Carlos Massa, o Ratinho, criou polêmica nesta quarta-feira ao defender a intervenção militar no Brasil, “igual fez em Singapura”. A declaração ocorreu durante uma entrevista para o programa Turma do Ratinho, na rádio Massa FM, que é de sua propriedade.

“Eu sei que o que vou falar aqui pode até chocar, mas está na hora de fazer igual fez em Singapura. Entrou um general, consertou o país e, um ano depois, fez eleições. Mas primeiro concertou, chamou todos denunciados e disse: ‘vocês têm 24 horas para deixar o país ou serão fuzilados’. Limpou Singapura”, disse ele, segundo o Metrópoles.

Na ocasião, o apresentador também fez outra declaração polêmica ao associar moradores de rua à limpeza [“limpou”], uma vez que o termo geralmente é utilizado para se referir a algum tipo de sujeira, e não a pessoas. No contexto, Ratinho citou o exemplo do ex-prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, que ficou conhecido nos EUA por sua política de tolerância zero contra o crime na década de 90.

“Ele pesquisou do que o povo tinha medo e era dos mendigos batendo nas portas. Ele limpou os mendigos da cidade. Do que as pessoas tinham medo? Morador de rua. Ele tirou todos os moradores de rua e deu um lugar para os caras se virarem. Ele limpou tudo e a imprensa ficou a favor dele. Aqui, se mexer com morador de rua, a imprensa cai em cima do político. Ele começou nos pequenos e chegou no maior”, disse Ratinho.

Para Ratinho, a maioria dos brasileiros seria a favor de uma intervenção militar. “Se eu abrir uma votação perguntando se o povo é a favor da volta dos militares, dá 70%. Nossa democracia é muito frágil, dá margem para bandido, estranha”, disse ele. Segundo juristas, no entanto, a Constituição Federal proíbe intervenção militar no Brasil.

A declaração do apresentador soa mais polêmica devido ao momento de tensão vivido entre os poderes Legislativo e Judiciário, com a prisão do deputado federal Daniel Silveira, ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes na última terça-feira (16). Críticos da decisão alegam que ela é “ilegal”, chegando a pedir o impeachment do magistrado. Veja também:

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