Após se candidatar à presidência da República por três vezes consecutivas, não conseguindo se eleger e ficando penas com 1% das intenções de voto na última disputa, em 2018, a ex-senadora Marina Silva poderá agora disputar uma vaga para o cargo de deputada federal em 2022, segundo informações do Estadão e do jornal O Globo.

Além da fundadora do partido Rede Sustentabilidade, que também participou da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT), quem também deverá disputa uma vaga na Câmara é a fundadora do PSOL, Heloisa Helena, que também já foi senadora da República assim como Marina.

Segundo O Globo, “o objetivo é voltar ao Congresso e ajudar a Rede Sustentabilidade a sobreviver à cláusula de barreira. Derrotada nas últimas três eleições presidenciais (2010, 2014 e 2018), Marina estuda se candidatar a deputada federal por São Paulo.”

Politicamente falando, a possível disputa de Marina para a Câmara significa um rebaixamento em sua estatura como personalidade do mundo político, algo que sinaliza o seu reconhecimento das derrotas sofridas nos últimos anos.

De certa forma até chega a ser uma surpresa o fato da ex-senadora ainda querer se candidatar, na verdade, uma vez que a sua imagem já foi bastante desgastada pelas eleições anteriores, assim como pelos últimos posicionamentos de Marina sobre pautas favoráveis à oposição.

Entre 2010 e 2014, Marina Silva chegou a ter o apoio de milhões de brasileiros nas disputas contra Dilma Rousseff, provavelmente por causa das alternativas disponíveis no momento e por causa da associação da sua figura com o mundo evangélico. Ela é membro da igreja Assembleia de Deus.

Contudo, o posicionamento religioso de Marina Silva passou a se mostrar de viés progressista nos últimos anos, caracterizado por uma vertente da teologia protestante conhecida como “Teologia da Missão Integral”, que é um desdobramento do segmento católico conhecido como “Teologia da Libertação”, ambos alinhados aos ideais da esquerda política.

O fato é que as sucessivas derrotas e com posicionamentos morais mais conhecidos do grande público, onde a ambiguidade sobre temas polêmicos passou a ser uma característica notável, é possível até que Marina Silva não consiga se eleger deputada federal, o que só desgastará ainda mais a sua imagem.