Em pleno domingo de manifestações em Brasília e em São Paulo, duas cidades-símbolo da luta pela democracia no Brasil, o Exército Brasileiro anunciou através do seu perfil oficial no Twitter o preparo de militares para a “Garantia da Lei e da Ordem”.

“Em Caçapava (SP), 6º Batalhão de Infantaria Leve prepara militares para operações de Garantia da Lei e da Ordem”, diz um breve comunicado feito nesta tarde, seguido de uma imagem onde dois militares aparecem portando fuzis.

Já em sua página oficial, o Exército detalhou a informação: “Nos dias 20 e 21 de maio, o 6° Batalhão de Infantaria Leve, ‘Regimento Ipiranga’, realizou exercício no terreno coroando a fase de Instrução Individual de Qualificação, buscando elevar o nível de operacionalidade de seus integrantes em operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).”

“Além de permitir aos Soldados incorporados no corrente ano a oportunidade de colocar em prática os ensinamentos adquiridos, a atividade possibilitou o desenvolvimento da liderança dos Comandantes em todos os níveis”, diz a matéria.

Um recado ao país?

A publicação do Exército Brasileiro no atual contexto indica ir muito além da mera informação cotidiana. Parece mais um recado ao país, reforçando a ideia de que em caso de necessidade, às Forças Armadas poderão, sim, intervir para restabelecer a “Lei e a Ordem” em cumprimento do artigo 142 da Constituição Federal.

É impossível dissociar a semana conturbada em decorrência das recentes decisões do Supremo Tribunal Federal, acusadas de ameaçarem a democracia, ainda mais o domingo de protestos em Brasília e em São Paulo, da publicação feita pelo Exército.

Essa possibilidade de ter sido uma publicação direcionada ao país é reforçada quando se percebe que o post não foi realizado nos dias 20 e 21 de maio, quando houve a operação de capacitação dos militares, mas justamente neste domingo (31) de manifestações e em uma semana de tensão entre os poderes.

Não por acaso, também, o ministro Celso de Mello repassou uma mensagem “vazada” nessa madrugada, onde faz críticas ao governo Bolsonaro, comparando-o ao período nazista sob o comando de Adolf Hittler, algo de extrema gravidade em se tratando de um ministro do STF, conforme noticiou o Opinião Crítica mais cedo. Veja abaixo: