A situação está cada vez mais difícil para a equipe do site The Intercept Brasil e aliados, responsáveis pela divulgação de mensagens atribuídas ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, e aos procuradores da operação Lava Jato. Isso porque o grupo “Pavão Misterioso” voltou à contra-atacar neste domingo (7), conforme o prometido na sexta-feira (6), trazendo à tona mensagens que reforçam a denúncia de um suposto esquema terrorista contra o governo brasileiro.

Conforme a denúncia do Pavão Misterioso, estariam envolvidos no esquema o deputado Marcelo Freixo, Jean Wyllys, David Miranda (também deputado) e seu companheiro, Glenn Greenwald, o deputado petista Paulo Pimenta, o editor do Intercept, Leandro Demori, uma mulher identificada como Mônica (supostamente a companheira da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018), o Ed (acredita-se que seja o hacker e ex-agende da CIA, Edward Snowden), Pavel Durov (dono do aplicativo de mensagens russo, Telegram), Omidyar Pierre (dono do e-Bay) e Amanda Audi.

Nas mensagens reveladas neste domingo é possível observar, supostamente, segundo o Pavão, o ex-deputado Jean Wyllys cobrando o pagamento de valores para sua manutenção no exterior, dinheiro esse que faria parte de um acordo entre ele e o ativista Glenn Greenwald. Conforme já noticiado em outra matéria, a suspeita é de que este acordo seja parte da venda do mandato do ex-parlamentar para David Miranda.

Glenn Greenwald, no entanto, estaria evitando realizar o envio dos valores acordados por causa das investigações que estariam em curso contra ele, realizadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Aparentemente, não é por acaso que já repercute na mídia a informação sobre a tentativa de barrar o andamento dessa possível investigação.

O deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ) teria sido contactado para intermediar o envio de valores para Jean Wyllys, supostamente, com o auxílio de um “doleiro muito bom” da Argentina. Ao dizer para o ex-BBB que o deputado Paulo Pimenta também estaria envolvido, Wyllys reage criticando o parlamentar que, segundo ele, seria um “rato”, isto é, não confiável.

Mensagem do Pavão Misterioso
Um dos prints postados pelo Pavão Misterioso

 

Número na conta do Pavão Misterioso

Os críticos apontaram a utilização de um número de celular, que seria do Leandro Demori, na própria conta do Twitter do Pavão Misterioso. O grupo, no entanto, rebateu a crítica neste domingo dizendo que o uso foi proposital, pois teve como finalidade reativar uma conta que seria do próprio Demori, uma vez que o objetivo foi a clonagem dos dados:

“É uma pena que o sarcasmo de usarmos o chip do Demori depois do descarte para reativar esta @rroba tenha sido entendido como fraqueza. A decepção com tudo que acontece se segue a um levante que deve ser pacífico e judicial, não com alucinados”, postou o Pavão.

O suposto esquema teria como objetivo derrubar o ministro Sérgio Moro, invalidar a operação Lava Jato ou parte dela, para colocar em liberdade o ex-presidente Lula, chamado de “chefe” em determinado trecho das mensagens.

Mensagem do Pavão Misterioso sobre Lula

A intenção do esquema seria libertar Lula

 

Esquema terrorista?

Como já frisado aqui mesmo no Opinião Crítica, essas informações não partem de uma fonte oficial devidamente periciada e confirmada pelas autoridades competentes. Todavia, da mesma forma, o site Intercept Brasil também não apresentou seu conteúdo contra os procuradores da Lava Jato como sendo um material autêntico, reconhecido pelas autoridades.

No caso do Intercept, vale destacar ainda que algo pesa contra a sua equipe de forma substancial, que é a edição do conteúdo. Ou seja, não se tratam de prints de tela originais, como parece ser o caso do conteúdo divulgado pelo Pavão Misterioso. E se não são originais, obviamente foram manipulados. Isso vai na contramão de qualquer fonte jornalística minimamente confiável.

Por outro lado, se forem confirmados como autênticos os prints de tela do Pavão Misterioso, tanto o conteúdo quanto os autores das mensagens, ficará caracterizado o crime de terrorismo contra o governo brasileiro, considerando que atentado terrorista tem por objetivo, também, desestabilizar um país, suas instituições e/ou governo, utilizando entre outros recursos tecnológicos, como ataques cibernéticos.

Os envolvidos nas denúncias do Pavão Misterioso negam a veracidade dessas informações. O deputado Marcelo Freiro, por exemplo, já declarou que pedirá a investigação da conta no Twitter e que colocará seu celular à disposição da Polícia Federal.