O senador Omar Aziz acabou de ser confirmado como presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que tem como objetivo investigar a gestão do governo federal e – supostamente – também dos estaduais e municipais da pandemia do novo coronavírus. Mas isso tem um detalhe que chama muita atenção:

Por mais absurdo que pareça, Omar Aziz é investigado pela suspeita do desvio de R$ 260 milhões em verbas da Saúde do Amazonas, estado que governou entre 2010 e 2014, e é justamente ele que vai presidir uma Comissão de natureza “policial” contra possíveis irregularidades na… saúde!!!

“Os indícios da atuação de OMAR AZIZ para a criação e manutenção da organização criminosa formada em torno do Instituto Novos Caminhos são robustos e permeiam toda a investigação”, diz um trecho do documento da operação “Maus Caminhos”, do Ministério Público Federal, deflagrada em 2016, segundo o Último Segundo.

A notícia é tão estapafúrdia que parece cômica, mas na verdade ela é o retrato da moralidade que domina o Congresso Nacional, visto que a nomeação de Aziz não é fruto da sua atuação, exclusivamente, mas sim da anuência dos seus colegas de Parlamento.

Estamos falando, sim, da natureza moral daqueles que concordaram com a indicação de Aziz para presidir, sem dúvida, a CPI mais importante do país nos últimos anos. Todos são cúmplices, e como predito pelo Opinião Crítica horas atrás, o Senado inteiro está desmoralizado, bem como o STF se não se pronunciar a respeito dessa zorra cuspida na cara dos brasileiros.