Nos últimos dias o nome do apresentador Danilo Gentili tem sido ventilado por parte da oposição, especificamente pelo Movimento Brasil Livre (MBL), pasmem, como possível candidato à presidência da República em 2022. Apesar de tudo ter começado como uma provocação, a ideia já vem sendo cogitada como possibilidade real. Mas o fato é: o que isto significa, na prática?

Para a oposição – e falamos aqui da extrema-esquerda e do centrão – o significado é o pior dos possíveis, pois diferente do que os “tucanos-mirins” do MBL tentam fazer parecer, a especulação sobre o nome de Gentili carrega consigo o reflexo duma realidade que eles, obviamente, farão o possível para não reconhecer: não existem nomes fortes o bastante para vencer Bolsonaro em 2022!

Ventilar o nome de Danilo Gentili como possível presidenciável é nada mais do que mais um teste de marketing de engajamento diante de um cenário de incertezas para a oposição, onde nenhum dos nomes cotados até agora conseguiu obter solidez, mas sim desgastes, a exemplo do ex-ministro Sérgio Moro.

O MBL entrou numa campanha obsessiva contra Bolsonaro, essa é a realidade. Para tanto, se aproximou e tentou promover João Doria, mas o tucano deu não um, mas vários tiros no próprio pé ao deixar explícita a sua politização da pandemia e desejo de autopromoção às custas da vacina, prejudicando a sua população com medidas autoritárias em nome da “ciência”.

Nomes como Lula e Ciro, velhas raposas da esquerda, também já se desgastaram o suficiente. O primeiro, ex-presidiário, parte de um governo que saqueou o país durante anos, dispensa comentários. O petista sabe tanto que será rejeitado pela população que já admite a indicação de um substituto. Por sinal, esqueça pesquisas de intenção de votos! O que importa é o que se vê nas ruas.

Ciro Gomes não consegue se desvencilhar da imagem de destemperado, e não é por acaso. Não passa de um nome morno que faz coro com Marina Silva, a ambientalista e ex-senadora que perdeu por completo o apoio que tinha da ala evangélica conservadora, a sua única grande fonte de força política até 2014.

Hoje, a líder da Rede só tem relevância pelo peso da sua história para a elite da esquerda e das mídias que outrora lhe estigmatizaram por ser evangélica, ainda que de viés progressista. Para o grande público Marina Silva já é página virada.

Haddad, o que dizer? O apelido “poste de Lula” empregado pelos críticos em 2018 já diz tudo. Vem do mesmo balaio do Ciro e da Marina, desgastado e sem capital popular para agradar o grande público. Para o PT, o ex-presidiário ainda é a melhor das alternativas, e olhe lá!

Diante deste quadro, restam nomes ainda novos no mundo da política, como Amoêdo, fundador do Partido Novo, e também Doria, que apesar de desgastado ainda possui chance de recuperar um pouco da sua imagem e apoio do centrão. Todavia, nenhum deles possui capital popular. O capital deles está nas mídias, na classe “artística” e em parte do empresariado.

É aqui onde entra o apresentador e empresário Luciano Huck. O global é nada mais do que a versão mais “popular” de figuras como Doria e Amoêdo. Mas essa popularidade é artificial, pois ela é fruto da sua imagem na TV e não da afinidade do povo com ele, nas ruas, pelo modo de agir e valores que defende.

Em termos de capital popular entre os presidenciáveis, apenas Bolsonaro e Lula possuem. Ambos conseguiram extrair da grande população afinidade real, mesmo que de forma e por motivos totalmente opostos.

Nem mesmo Moro, que estava conseguindo afeição popular ao caminhar com o presidente, manteve essa conquista. Hoje o ex-ministro só é lembrado por sua grande atuação na Lava Jato, visto que ele mesmo destruiu a moral do seu trabalho como Ministro da Justiça ao sair do governo da forma como saiu.

Bolsonaro, por sua vez, ainda que tendo o “azar” de enfrentar em seu governo a pandemia e toda a politização que seus adversários fizeram dela, continua mantendo boa parte da sua popularidade. O terrorismo psicológico da grande mídia não foi capaz de derrubar a imagem do presidente, e muito do que surgiu de acusação contra o Planalto acabou se virando contra os próprios adversários.

Se o ritmo tivesse continuado o mesmo de 2019 o Brasil já teria feito avanços espetaculares em diversas áreas, mas só o fato de sobreviver a 2020 significou muito, e 2021 tem tudo para ser melhor. Esse é o grande desespero da oposição, pois afinal, como não foi possível destruir o presidente, mesmo diante de tudo o que aconteceu?

Como Bolsonaro ainda consegue caminhar e ser recebido nas ruas aos gritos de “mito” em praticamente todos os estados onde passa? Como é possível, mesmo diante da acusação de “genocídio”, o governo continuar aparecendo como favorito nas pesquisas de intenção de votos, ainda que possivelmente manipuladas?

É diante desse cenário que nomes como o de Danilo Gentili surgem como efeito placebo, porém, no mundo da política. Na prática, é o popular “vamos ver se cola” e “se colar, colou…”, afinal, o que a oposição tem a perder? Nada! Na pior das hipóteses será só mais um esquecido. Na melhor, terão a oportunidade de preparar o candidato até 2022.

Mas, por outro lado, se realmente a candidatura de Gentili se concretizar – o que é improvável – ela tem tudo para ser mais um tiro no pé da oposição, visto que o mesmo não possui representatividade alguma entre o público conservador, a grande força política de Bolsonaro, e convenhamos… nem em qualquer outro público que saiba minimamente a diferença entre preparo para governar um país e criar roteiro para programas de humor.

Assim, Gentili apenas dispersaria ainda mais os votos entre os adversários do governo, diminuindo as chances de qualquer outro nome. Sem dúvida canalizaria votos de protestos, mas eles não seriam suficientes para eleger um presidente da República. O que temos sobre esses rumores, portanto, é nada mais do que a oposição atirando no escuro.