É tradição desde 2001 no governo a escolha para a chefia da Procuradoria Geral da República (PGR), um dos três nome indicados pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). Tal decisão é tomada pelo presidente da República com base nessas indicações. Todavia, com base no atual contexto político-jurídico do país, essa história pode ser modificada pelo atual chefe de Estado, Jair Messias Bolsonaro.

A chamada “lista tríplice” já está formada e foi indicada pela ANPR. Os eleitos foram Bonsaglia, que obteve 478 votos, seguido pelos procuradores Luiza Frischeisen, com 423, e Blal Dalloul, com 422. Todavia, conforme já noticiado aqui pelo Opinião Crítica, segundo o jornalista Kennedy Alencar, existe uma articulação nos bastidores do governo para que o procurador nacional da Lava Jato, Deltan Dallagnol, seja indicado para o cargo.

Na condição de presidente da República, Jair Bolsonaro não é obrigado a seguir a recomendação da ANPR, visto que a lista tríplice é só uma tradição, e não uma lei. Acredita-se, portanto, que para garantir que a operação Lava Jato não seja ameaçada por possíveis influências externas, isto é, de um(a) chefe(a) da PGR que porventura atue contra a operação, a chance de Bolsonaro ouvir os conselhos do seu ministro da justiça, Sérgio Moro, é muito grande.

“Integrantes da gestão Bolsonaro dizem que o presidente poderia nomear Dallagnol mesmo se ele ficar fora da lista tríplice. Sergio Moro, ministro da Justiça, é o maior padrinho dessa possível indicação”, afirmou Kennedy Alencar.

Por fim, se ter como ministro da Justiça do Brasil o ex-juiz Sérgio Moro já é um pesadelo para os corruptos de colarinho branco, ter ainda como procurador-geral da República (PGR) o atual coordenador da operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, pode ser motivo de desespero.