O ex-coordenador nacional da Operação Lava Jato, o procurador da República Deltan Dallagnol, comentou a decisão da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal em permitir que a defesa do ex-presidente Lula utilize mensagens roubadas de autoridades da força-tarefa, em 2019, em recursos contra a sua condenação.

“Jamais se apresentaram supostas mensagens, ainda que ilegais e sem autenticidade aferida, apontando a inocência de réus ou então a prática de crimes pelas autoridades, a forja de provas ou a existência de um consórcio para perseguir ou punir inocentes”, escreveu Deltan em suas redes sociais.

Segundo o procurador, a narrativa de que os integrantes da Lava Jato teriam utilizado o poder de investigação para perseguir politicamente Lula não passa de uma “farsa” que agora visa anular a condenação do líder petista.

“Nada afasta a existência de um julgamento justo nos casos da operação Lava Jato, que foram revisados por três instâncias independentes do Poder Judiciário. A teoria conspiratória de que a força-tarefa perseguiu um ou outro político ou réu é uma farsa com objetivo claro de anular processos e condenações”, disse ele.

Na ocasião, Deltan compartilhou uma nota publicada pelo Ministério Público do Paraná, onde o órgão rebate a decisão do STF e reafirma a legalidade da Lava Jato durante toda a sua atuação.

“É lamentável que ilações acusatórias absolutamente equivocadas sejam reproduzidas de modo acrítico num julgamento da Suprema Corte. Como toda a atuação oficial dos procuradores se dá nos autos e fica registrada, se fossem verdadeiras as alegações de supostas ilegalidades, seriam facilmente constatáveis nos respectivos autos. Isso por si só já mostra a deturpação a que foram submetidas as supostas mensagens”, diz um trecho do documento. Leia a íntegra aqui.