O Senado Federal está discutindo neste momento a instalação da chamada CPI da Pandemia, análise essa determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Roberto Barroso, e acatada pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco.

Neste cenário, quem despontou como possível relator da CPI foi ninguém menos que o senador Renan Calheiros, velha raposa da política, o qual é investigado por suspeita de crimes de corrupção em diferentes inquéritos abertos pelo próprio STF.

Apesar de uma liminar concedida pela justiça de Brasília contra a possível relatoria de Renan, Rodrigo Pacheco indicou claramente que o Senado não deverá cumprir a decisão, revelando contradição ao defender a não “interferência” de um “juiz” nas pautas do legislativo, enquanto que, por outro lado, ele mesmo acatou a determinação de Barroso pela análise da CPI.

Nesse imbróglio, segundo o senador Eduardo Girão, corre nos bastidores do Senado uma articulação para manter Renan Calheiros como relator da CPI e, pasmem, o senador Omar Aziz – investigado por suspeita de desvios da saúde no Amazonas por uma operação deflagrada em 2016 – como indicado para a presidência da mesma.

Na prática, portanto, o que temos é um verdadeiro cenário de terror! Sim, terror moral diante dos envolvidos numa CPI que tem por função investigar e julgar possíveis irregularidades na saúde. Qual é a credibilidade que figuras como Renan e Aziz possuem diante da população?

Se mantido os nomes de Renan e Aziz, não só o Senado Federal cairá em total desmoralização pública, como o próprio STF, visto que foi o mesmo quem determinou e até o momento não se pronunciou sobre a possibilidade de haver investigados por possíveis crimes de corrupção integrando a CPI. Esse é o trágico cenário da política brasileira!