Brasília amanheceu hoje com tanques de guerra nas ruas. Os veículos e cerca de 2,5 mil militares desfilaram na Esplanada dos Ministérios e pararam em frente ao Palácio do Planalto, onde foram recebidos pelo presidente Jair Bolsonaro, ministros de Estado e os comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica.

Apesar da manobra fazer parte de um deslocamento em direção à Formosa (GO), onde a Marinha fará um exercício militar que existe anualmente desde 1988, a passagem pelo Planalto e a entrega do convite para assistir aos exercícios nas mãos do presidente da República é algo inédito, o que acabou gerando inúmeras reações negativas por parte da oposição.

Todavia, é de chamar atenção a forma como a oposição, especialmente os representantes da esquerda, reagiram ao desfile militar “fora de época”. Quase todos viram o ato como uma “ameaça à democracia”, “tentativa de intimidação” e/ou “preparação para o golpe”. Ou seja, como algo claramente ameaçador por parte do governo e também dos militares.

Mas, se pensarmos por outro lado, um desfile das Forças Armadas na capital do país não deveria ser motivo de orgulho e o despertar de sentimentos patrióticos aos olhos de todo cidadão brasileiro? Não deveria ser normal enxergar com entusiasmo e admiração a passagem de equipamentos e agentes dedicados à defesa da soberania nacional?

Em outras palavras: não é estranho ver autoridades da República, como deputados e senadores, tratarem um desfile das Forças Armadas do próprio pais como uma “ameaça” aos brasileiros, quando deveriam, na verdade, exaltar o papel dos militares na garantia da Lei e da Ordem em território nacional, independentemente das divergências com o atual presidente?

Confissão de culpa

A reação negativa da oposição ao desfile de tanques nos lembra a situação de quando uma pessoa faz algo de errado e guarda para si, mas sempre que alguém lhe faz perguntas que possuem alguma relação com o fato, logo fica parecendo que está lhe acusando, julgando ou investigando, mesmo que não seja essa a intenção.

Isso porque, a culpa pelo erro escondido acaba gerando reações involuntárias de desconfiança. Consequentemente, tudo o que parece ter alguma relação com o erro lhe soa como uma ameaça, julgamento e acusações.

É exatamente assim que a esquerda parece reagir sempre que escuta ou se depara com algo relacionado às Forças Armadas. É como um criminoso com passagem pela Polícia deve se sentir a cada vez que vê uma viatura policial passando na sua frente. Pessoas moralmente corretas e inocentes não sentem a mesma coisa. É o contrário!

A oposição, portanto, confessa a sua culpa quando reage aos militares com desconfiança. Não podemos apontar objetivamente quais culpas seriam essas, mas moralmente sim, visto que a própria atribuição de “ameaça à democracia” pela presença de tanques nas ruas de Brasília vai de encontro à finalidade das Forças Armadas, segundo a Constituição Federal.

Quanto à objetividade da culpa, cabe a cada brasileiro avaliar e julgar. Seriam os anos anteriores de corrupção? O aparelhamento político-ideológico das instituições públicas, do Judiciário? Os desvios e empréstimos de recursos nacionais para ditaduras estrangeiras? Ou, a traição ao próprio país enquanto defesa da nossa soberania econômica frente ao imperialismo global de mercado? Tirem suas conclusões.