A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, deputada federal pelo estado do Paraná, anunciou através de um vídeo divulgado nas redes sociais a convocação dos militantes do seu partido e adeptos da esquerda em geral, que irá participar das manifestações programadas para o próximo dia 7 de setembro.

“Pegue o calendário, incentive a nossa militância. Nós precisamos mostrar que o Brasil tem jeito e que tem gente lutando pelo povo. A nossa pauta não é da violência, não é da escalada autoritária, não é contra instituições, não é pelo voto impresso”, diz ela na gravação. “Dia 7 estaremos nas ruas em todo o Brasil”, completa a petista.

Em outra postagem, Gleisi divulgou que esteve presente em um acampamento de indígenas na Esplanada dos Ministérios. O grupo está há cerca de uma semana no local, supostamente acompanhando o julgamento do marco temporal pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o qual trata da demarcação de terras indígenas no país.

“Estivemos no acampamento indígena em Brasília”, disse a petista. Quanto a esses fatos faremos duas observações. A primeira diz respeito ao anúncio de que o PT também vai às ruas no 7 de setembro, o que significa a esquerda brasileira e todos os seus puxadinhos, como os “movimentos sociais” (leia-se: CUT, MST, UNE e outros).

Mas, o curioso é que o número de manifestantes da esquerda sem dúvida será muito inferior ao da direita, logo, o que faria os líderes petistas convocarem seus adeptos para ir às ruas no mesmo dia em que os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro também vão, se eles sabem que numericamente certamente serão desmoralizados?

Só tem uma explicação: eles não querem disputar números, porque sabem que vão perder. Também não querem comemorar a independência do Brasil. Eles querem tumultuar a manifestação da direita, justamente para desviar a atenção dos meios de comunicação sobre a grande expressividade numérica que a manifestação pró-governo terá em todo o Brasil.

Como a maior parte da grande mídia é enviesada pela esquerda e opositora ao governo Bolsonaro, o PT e seus milicos sabem que conseguirão atrair a cobertura jornalística da imprensa sobre qualquer confusão gerada entre eles e os apoiadores do presidente. Consequentemente, a imprensa terá motivo para fazer parecer que toda a manifestação do dia 7 se resumirá em confrontos entre “bolsonaristas” e “esquerdistas”.

A ideia, portanto, provavelmente é fazer com que isso desvie o foco jornalístico das reivindicações que serão feitas ao longo da manifestação. Com isso, toda a narrativa propagada pela imprensa, propositadamente compartilhada pela ala política opositora e talvez ministros do Supremo, será a de que os atos foram “violentos” e “antidemocráticos”.

Com essa narrativa sendo propagada massivamente nos meios de comunicação enquanto os atos acontecem, os alvos dos protestos (ministros do STF e parlamentares) se sentirão desobrigados a ouvir às reivindicações, pois tratarão os manifestantes como “extremistas”, bem como a própria manifestação em si como um ato de “ataque às instituições”.

Diante dessa tese – muito provável – o que resta aos apoiadores do governo? É possível que a própria diferença numérica dos diferentes grupos iniba qualquer confronto. Note que não estamos aqui considerando o papel das forças de segurança, pois acreditamos que os atos serão tão grandiosos que a PM não dará conta de fazer o controle.

Além disso, também acreditamos que por mais que a esquerda consiga gerar confusões, elas serão isoladas e não chegarão ao coração dos atos da direita. O PT e a sua trupe poderá ter algum sucesso momentâneo, mas ele não durará muito diante da grandeza dos atos previstos em prol do governo, bem como da possiblidade de que eles se prolonguem por vários dias.