Os rumores de que o presidente Jair Bolsonaro (PL) poderia escolher a ex-ministra Tereza Cristina (Progressistas-MS) para disputar a vice-presidência da República, em sua chapa, parece estar sanado. Isso, porque, o chefe do Executivo já bateu o martelo pelo general Braga Netto! Mas o que isto significa, politicamente falando?

Se Bolsonaro teve alguma dúvida quanto à sua escolha, não foi por acaso. O motivo é simples: Tereza Cristina se tornou um nome forte e respeitado pelo trabalho que realizou no Ministério da Agricultura (licenciada para a disputa eleitoral), capitalizando muito apoio político, especialmente do agronegócio, setor extremamente influente no país.

Sendo assim, Bolsonaro teria muito a ganhar politicamente se escolhesse a Tereza, mas este apoio, na realidade, seria consolidado apenas nos redutos de Brasília e no agro. Ou seja, em termos de força político-partidária e empresarial, devido à clara preferência do “centrão” pela ex-ministra e ao conhecimento técnico do empresariado.

Popularmente falando, por outro lado, Tereza Cristina é uma figura que não parece ter o seu nome tão difundido na sociedade, se comparada ao general Braga Netto. O militar, diferentemente da ex-ministra, ganhou popularidade no comando do Ministério da Defesa, durante os conflitos do Executivo com o Judiciário.

Além disso, como general da reserva do Exército e, aos olhos do grande público, Braga Netto também assume o posto de homem de confiança do presidente Jair Bolsonaro no lugar do atual vice, Hamilton Mourão, carregando consigo a imagem de respeito que a população cultiva em relação às Forças Armadas.

Portanto, por mais que Tereza Cristina fosse um bom nome em termos de articulação política, Braga Netto atrai mais o voto do “povão”, este que não é tão antenado sobre os bastidores de Brasília, nem da indústria, mas sabe quem é o homem que possui o título de general e impõe respeito junto aos demais poderes.

Administrativamente, a escolha de Bolsonaro por Braga Netto também representa mais um recado de confiança nas Forças Armadas, assim como fez em 2018, ao colocar Mourão na chapa. Se anos atrás o clima político no país já exigia do então deputado federal o respaldo dos militares, agora, então, mais ainda. Decisão acertada!