Se tornou comum aos olhos de muitos brasileiros, a noção de que as eleições são nada mais do que a obrigação de prestar conta com a Justiça Eleitoral. Isso, porque eleger políticos virou sinônimo de desesperança, negociatas ou interesses de grupos e indivíduos. Todavia, temos motivos suficientes para discordar disso.

A pandemia de Covid-19 vem servindo, também, para demonstrar que a eleição de um político não se trata de mera escolha partidária. Ela diz respeito a um poder de decisão com o potencial de afetar milhões de pessoas, a exemplo do que vimos ao longo de 2020, 2021 e já estamos percebendo em 2022.

Prefeitos e governadores, por exemplo, agindo como serviçais de uma mídia global financiada por grandes grupos de interesse, decretaram o fechamento de comércios, restringiram a circulação de pessoas e o trabalho de milhões de brasileiros que dependem do dia-a-dia para ganhar o sustento de suas famílias.

Cidadãos foram humilhados na porta dos seus estabelecimentos, nas ruas e até nas praias, o ar livre, por supostamente colocarem em risco a “saúde coletiva” ao tentarem trabalhar, passear e ter uma vida minimamente normal em um contexto de pandemia. Alguns foram até presos e tiveram multas decretadas.

Milhares de empresas foram à falência por causa dessas medidas autoritárias e irracionais, muitas das quais até mesmo agora, no começo de 2022, alguns governadores voltaram a ventilar por causa da variante ômicron, que apesar de altamente contagiosa, vem se mostrando bem menos letal do que as anteriores.

Por tudo isso, as eleições 2022 possuem um peso de responsabilidade que vai muito além da simples escolha de políticos; ela decidirá o futuro das nossas liberdades, e muito provavelmente, também, sobre a autonomia das famílias sobre a saúde dos filhos nos próximos anos.

Se nos últimos dois anos o coronavírus serviu de gatilho para expor o ímpeto autoritário de muitos gestores, o que esperar do futuro? Quem poderá garantir que em 2023, por exemplo, novas “justificativas” não apareçam, quer por motivos de saúde ou até mesmo climáticos, com a finalidade de continuar alimentando o viés ideológico de controle social que estamos vendo atualmente?

A única forma de garantir que o Brasil, nossos municípios e estados, não corram o risco de se tornar celeiros do autoritarismo global que avança diariamente, é elegendo políticos comprometidos com os valores mais basilares da nossa Constituição Federal, entre os quais estão a liberdade de expressão e locomoção, comunicação, produção científica, proteção familiar, acesso à educação, saúde e segurança, indistintamente, para toda a população.

Qualquer candidato que condiciona esses direitos ao poder da “coletividade” deve ser sumariamente descartado, pois numa sociedade realmente democrática o coletivo não se sobrepõe aos direitos individuais. Foi por isso que os constituintes desenvolveram o conceito de “garantias individuais”, de modo que cada cidadão possa ser respeitado em suas próprias escolhas no que compete a questões fundamentais.

Não devemos esquecer, portanto, que este ano cada voto contará para definir se queremos continuar sob o regime de gestores autoritários ou não. Se queremos deputados e senadores frouxos (judicialmente comprometidos?), sem poder de reação aos abusos de outros poderes, ou não. O futuro do Brasil está em jogo, nas urnas!