Eterno candidato à presidência da República, como chamam alguns críticos, Ciro Gomes esteve discursando na Avenida Paulista no domingo (12), dia em que a oposição se esforçou para reunir algumas milhares de pessoas no local, cerca de 6 mil, segundo informações da Secretaria de Segurança de São Paulo.

Na ocasião, Ciro chegou a sugerir que não há possibilidade de ele ou outra pessoa vencer o atual presidente da República através do voto popular. Isso ficou nas entrelinhas do seu discurso ao dizer que “o impeachment é a única saída” para derrotar Bolsonaro.

“Para fazer o impeachment e proteger a democracia temos que juntar todo mundo. Ainda há tempo para o PT amadurecer. Quem for democrata tem que entender que o impeachment é a única saída. Precisamos fazer um acordo com a direita e um centro democrático”, afirmou Ciro.

Ora, realmente a declaração de Ciro Gomes possui fundamento. Isso porque, as manifestações do último dia 7 de setembro (terça-feira), em apoio ao presidente, se comparadas às do dia 12 (domingo), indicam claramente que o número dos que apoiam o presidente Jair Bolsonaro é absurdamente maior.

O que vimos nas ruas, portanto, só pode se refletir nas urnas. Considerando que na esquerda apenas o PT possui um tamanho considerável de simpatizantes, os quais somados ao PSOL e outros como o PCdoB e o PCO, mesmo assim não conseguiriam superar o número de apoiadores de Bolsonaro nas manifestações, é plausível admitir que se a disputa eleitoral fosse hoje a vitória do atual presidente estaria garantida.

É muito provável que ao se deparar com os atos minguados da oposição neste domingo, bem como os gigantescos do 7 de setembro, o senso de realidade tenha surtido efeito em Ciro Gomes ao ponto do mesmo fazer tais declarações em tom de desespero.

É perfeitamente possível notar isso nas palavras do presidenciável: “Temos que juntar todo mundo”, disse ele, completando em seguida: “Quem for democrata tem que entender que o impeachment é a única saída”. Foi como dizer “puta merda, estamos fu***dos, socorro!”. Que coisa, não?