Um professor de geografia, de 27 anos, foi detido, na terça-feira (17), no bairro Novo Tupi, região Norte de Belo Horizonte, suspeito de apologia ao crime. De acordo com a Polícia Militar, através de uma rede social, ele parabenizou o criminoso que atirou e matou um cabo da corporação na noite de segunda-feira (16).

O militar Sérgio Ricardo Silvério Cavalcanti, de 35, foi baleado em Ibirité, na região metropolitana da capital. “Esse homem, que é professor designado, comentou em uma publicação no Facebook que falava da morte do policial. Ele escreveu ‘parabéns ao menino da moto’. A palavra ‘parabéns’ estava de vermelho. O print do comentário foi feito e circulou nas redes sociais”, explicou o major Sérgio Dias. 

“Fizemos uma pesquisa e descobrimos que ele mora na região do 13° Batalhão, trabalhava para a Secretaria de Educação e ministrava aula para meninos de 7 e 13 anos, primeiro e nono ano do ensino fundamental”, completou o policial.

O suspeito foi localizado dentro de casa, em que mora com a mãe, e não resistiu à prisão. “É uma família estruturada, a mãe pediu desculpas. Ele não tinha antecedentes criminais. Demos voz de prisão porque, uma vez que ele enaltece e parabeniza o autor de um homicídio, ele cometeu esse delito. Agora a polícia judiciária e o Ministério Público dão continuidade no caso”, afirmou.

 Em conversa com a reportagem de O TEMPO, o homem afirmou que se confundiu ao ler a notícia da morte do policial. “Ontem eu tomei remédio para dormir. Acordei às 4h30, olhei a notícia rapidamente e fui comprar pão para minha mãe. Tinha entendido que o policial estava na moto e tinha atingido o cara dentro do carro”, disse o professor.

“Quando eu voltei para casa vi que tinha repercutido. Apaguei a mensagem e agora é pagar pelos meus atos. Acredito que não vou continuar dando aulas, servi de mau uso exemplo para os meus alunos. Quero pedir desculpas pela vergonha que estou fazendo meus pais passarem. Quero pedir desculpas também para a família do militar. Eu não sou contra polícia”, finalizou.

O homem será encaminhado à Delegacia Adjunta ao Juizado Criminal Especial. Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Educação se manifestou sobre o assunto dizendo que a ocorrência ocorreu fora do horário e ambiente de trabalho, e que portanto irá aguardar o resultado das apurações dos órgãos competentes para adotar eventuais medidas.