Em visita ao Rio de Janeiro, onde acompanhará o início das manobras militares Unitas — com participação de nove países latino-americanos, além de Estados Unidos e aliados —, o chefe do Comando Sul norte-americano afirmou que suas forças estão “prontas para fazer o que for preciso” na Venezuela.

“A Marinha dos EUA é a mais poderosa do mundo. Se for adotada a decisão política para a mobilização, estou convencido de que estamos prontos”, garantiu o almirante Craig Faller.Continua depois da publicidade

Depois de ter reforçado duramente as sanções econômicas ao regime chavista de Caracas, equiparadas ao regime mantido contra Cuba e o Irã, o presidente Donald Trump acenou com a ideia de impor à Venezuela “um bloqueio (naval) ou uma quarentena”, como parte da ofensiva destinada a tirar do poder o presidente Nicolás Maduro.

“O foco do nosso governo continua sendo a pressão sobre um regime ilegítimo, para garantir que se faça a transição para um governo democrático e legítimo”, reforçou o chefe do Comando Sul, que tem jurisdição sobre a América Latina.

O governo Trump foi o primeiro a reconhecer como presidente interino da Venezuela, em janeiro, o líder oposicionista Juan Guaidó, proclamado pela Assembleia Nacional. O Legislativo eleito em 2015, com maioria antichavista, foi desautorizado por Maduro e substituído por uma Constituinte 100% governista.

A proclamação de Guaidó como governante provisório foi prontamente reconhecida por Brasil e Colômbia e hoje é aceita por mais de 50 países. O governo brasileiro está entre os vizinhos que impulsionam o Grupo de Lima, articulação diplomática interamericana que busca exercer pressão do exterior para favorecer a saída do presidente chavista.

Nas próximas duas semanas, mais de 3.300 militares participarão das manobras Unitas, destinadas, nas palavras do almirante americano, a “enviar uma mensagem a Maduro e seus aliados”. “Os exercícios marítimos mostram ao mundo como as democracias podem trabalhar juntas para enfrentar ameaças complexas”, acrescentou o chefe do Comando Sul. (Com informações: Correio Braziliense).