Atração musical do Encontro com Fátima Bernardes na quinta-feira (15), Karol Conká falou sobre a repercussão de seu namoro com o produtor Thiago Barromeo, um homem branco. “Aquela foto mostra uma história de amor, e não um fetiche sexual”, defendeu a cantora, que foi chamada de “palmiteira” por causa do relacionamento.

Fátima perguntou se a reação das pessoas havia surpreendido Karol e ela respondeu prontamente que não. “Eu entendo a frustração de muitas pessoas que foram ali comentar, mas acho que elas precisam entender que não é ‘um branco ficando com uma negra porque ela é boa de cama ou gostosona’. E eu não estou com ele só porque ele é branco”, explicou a cantora.

A rapper ainda ressaltou que nunca publicou foto com um namorado antes, e que isso espantou as pessoas. “Pelo fato de eu ser uma negra militante, elas confundem, acham que na militância o negro quer a segregação, e não é bem por aí”, continou Karol, que ressaltou o radicalismo existente em todas as áreas.

Conká alegou que não se arrepende de ter publicado a foto com o produtor musical. “A luta contra o racismo não é separar o branco do preto. Assim como eu respeito a opinião dessas pessoas, elas também deveriam me respeitar”, finalizou a cantora.

Semana passada, a dona do hit Tombei foi chamada de “palmiteira” ao publicar, pela primeira vez, um registro ao lado do novo namorado. O termo controverso, dentro da militância negra, é usado para designar uma pessoa negra que só se relaciona com alguém de etnia branca. (Notícias da TV).

Comentário:

Se este caso fosse exatamente contrário, ou seja, um homem branco sendo criticado por namorar uma mulher negra, certamente ele estamparia os principais noticiários do país como um caso de racismo. Todavia, como se trata do oposto, os que promovem tais críticas são tratados apenas como… “críticos”.

O que temos aqui é um caso de “racismo ao averso”, precisamente, de negros contra brancos, visto que a crítica dirigida à Karol Conká não é por nenhum outro motivo, senão pela cor da pele do seu namorado. Isso não pode ser entendido como outra coisa, senão como racismo.

Isto posto, vale destacar que o racismo vai além da “raça”. Ele diz respeito a uma ideologia que pode pertencer a qualquer segmento populacional, por isso não é exclusividade dos brancos, nem dos negros. Por isso que, na antiguidade, os brancos foram tão escravizados quanto os negros, especialmente pelos muçulmanos.