O que até então não passava de uma simples piada, feita geralmente pelos apoiadores do Governo Bolsonaro, se tornou realidade. Em nome da militância, opositores do atual presidente defenderiam coisas absurdas, tudo para não ter que reconhecer decisões positivas para o país, como por exemplo o corte de impostos na categoria de jogos eletrônicos, anunciado recentemente pelo Planalto.

“Após ler em meu Face o apelo do leitor Vennicios M. Teles pedindo para baixar impostos sobre jogos eletrônicos, resolvi consultar nossa equipe econômica. Atualmente o IPI varia entre 20 e 50%. Ultimamos estudos para baixá-los. O Brasil é o segundo mercado no mundo nesse setor”, anunciou Bolsonaro em suas redes sociais, em 27 de julho.

Pela proposta, a alíquota de consoles e máquinas de videogame cairá de 50% para 40%, a de partes e acessórios dos consoles sem tela incorporada diminuirá de 40% para 32%, e a que incide sobre game cards e máquinas de videogames com tela incorporada será reduzida de 20% para 16%.

De fato, o Brasil é o segundo maior mercado de jogos eletrônicos do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Já em 2017 foi protocolada no Senado uma ideia legislativa para baixar esses impostos, proposta por um jogador chamado Kenji Amaral Kikuchi. O texto explica o motivo:

“Atualmente os impostos cobrados sobre games é 72%, um dos maiores do mundo. Isso causa muitos brasileiros como eu a evitar comprar jogos, porque é tudo caro demais. Os Estados Unidos atualmente cobram 9% de impostos sobre games, e isso causou o mercado de lá a ser o maior do mundo de jogos”, diz um trecho.

O próprio Kikuchi fez uma ilustração básica de economia para justificar a sua ideia, algo que aparentemente a mídia brasileira parece “esquecer” de informar ao público:

Se houver a redução de impostos, “mais pessoas irão comprar, pois os produtos se tornam mais acessíveis. Redução da pirataria, pois pelo preço sendo mais barato, mais pessoas irão optar por comprar o original. Com mais pessoas comprando, a economia cresce, gerando mais dinheiro para o governo e lojas…”.

A mídia em defesa dos impostos

A posição do grande “jornalismo” do país, no entanto, foi na contramão da lógica econômica explicada acima. Ao invés de destacar os ganhos a médio e longo prazo, os jornais optaram por destacar supostos prejuízos com a redução dos impostos. 

“Se o decreto for assinado por Bolsonaro de modo a ter vigência por apenas um mês neste ano, ele afetará negativamente a arrecadação em R$ 49,68 milhões até 2021”, disse O Globo, seguido pela Exame, Folha de S. Paulo, entre outros do mesmo “balaio”.

O presidente Bolsonaro comentou a repercussão na mídia: “Agora a imprensa me critica por querer diminuir impostos. Para eles a campanha ainda não acabou. Continuam me atacando. Amanhã estarei na Bahia, se chover, serei responsabilizado…”, postou o presidente em suas redes sociais.

O Brasil é um recordista mundial na cobrança de impostos. A lógica econômica diz que quanto menores forem os tributos sobre bens e serviços, maior é a tendência de desenvolvimento e consumo dos mesmos, o que consequentemente gera emprego e renda. Os valores anunciados pela mídia como “prejuízos” (até R$ 50 milhões) são insignificantes diante do potencial de ganho a médio e longo prazo.

O ativismo jornalístico contra o atual Governo, infelizmente, fica mais uma vez patente quando se percebe um coro uníssono em defesa da mesma perspectiva, ao invés de se valorizar a iniciativa de favorecer o mercado de gamers no Brasil. Essa realidade só reforça o quanto a grande mídia no país deixou de ter credibilidade.