O advogado de dois dos suspeitos presos acusados de hackear os celulares do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, de juízes, delegados da Polícia Federal (PF) e centenas de outras autoridades, disse nesta quarta-feira (24/07/2019) que, segundo um de seus clientes, o objetivo de Walter Delgatti Neto, o “Vermelho”, apontado como líder do grupo, seria vender as mensagens captadas para o PT, e que o conteúdo das mesmas foi destinado para o site Intercept Brasil.

“Vermelho”, que também está preso, confessou as invasões, segundo a PF, mas a instituição não revelou se ele informou o que teria feito com as informações roubadas. Não está claro se a comercialização das mensagens chegou a ser executada, muito embora a PF já tenha identificado uma movimentação financeira atípica de mais de meio milhão de reais nas contas dos integrantes do grupo.

“Ele (Gustavo) confirma que o Walter tinha ao menos informações acerca da conta de Telegram do juiz Moro. A única coisa que ele acrescentou a mais é que a intenção (de “Vermelho”) era vender essas informações ao PT”, afirmou o advogado ao sair da Superintendência da Polícia Federal em Brasília, depois de acompanhar depoimentos dos clientes, segundo informações da Metrópoles.

O advogado também falou da relação partidária do líder do grupo, com base no depoimento do seu cliente. “O que o Gustavo sabe é que o Walter tem uma certa afinidade com o Partido dos Trabalhadores”, disse Moreira.

O PT divulgou uma nota na noite dessa quarta-feira (24) afirmando que o inquérito se tornou uma “armação” contra o partido. “O ministro Sergio Moro, responsável pela farsa judicial contra o ex-presidente Lula, comanda agora um inquérito da Polícia Federal com o claro objetivo de produzir mais uma armação contra o PT”, afirma o partido.