Diferente do que os noticiários nacionais fazem parecer, protestos contra o isolamento radical em decorrência do novo coronavírus não acontecem apenas no Brasil, a Europa também tem sido palco de intensas manifestações pró-reabertura das cidades.

Na Estugarda, na Alemanha, cerca de 5 mil pessoas protestaram contra as restrições impostas pelo governo para combater a Covid-19, segundo informações da EuroNews.

Na Suíça, sobretudo nos cantões que falam alemão, a mesma motivação contra o isolamento radical levou centenas de pessoas às ruas de Basileia, Zurique e Berna, o que não foi diferente em Varsóvia, na Polônia, no último sábado (17).

Por causa do fechamento dos comércios no país polonês, empresários saíram às ruas para protestar devido aos prejuízos gerados durante a quarentena. 

Kamil Niedziałek é um deles. Com a imposição das medidas de segurança, viu o negócio estagnar a partir de 15 de março. Desde então, lamenta, já que o volume de negócios dele caiu cerca de 80%.

O problema da politização

A politização da pandemia também é uma problema observado nos países da Europa. “As pessoas temem que o governo não esteja realmente entendendo a atual situação”, disse o jornalista Jarosław Kociszewski.

Ele também explicou o receio da população por observar a existência de “má vontade” e o fato de “que tudo esteja sendo politizado”. De acordo como o jornalista, “não se sabe quanto dinheiro foi gasto e existe o medo de que o mesmo esteja ocorrendo com a economia e o sistema público, uma vez que, segundo ele, os números não são confiáveis”.

Também no Reino Unido, que ainda está lidando com a pandemia, dezenas de manifestantes desafiaram as autoridades em Londres e em outras cidades britânicas para protestar contra as restrições ligadas ao coronavírus.

Em Milão, na Itália, também houveram protestos. O dono de um restaurante local afirmou que não adiantaria abrir com restrições, pois o modelo de negócio proposto pelo governo não é suficiente para sustentar a sua empresa.

“Na segunda-feira não vamos reabrir porque eu apenas posso trabalhar com seis lugares e nós somos seis pessoas trabalhando no restaurante. Pelo menos podemos jogar futebol de cinco”, ironizou o empresário diz Fabio Zanetello.

“O sistema de entregas não é compatível com as nossas cozinhas. É difícil compreender o que se pode fazer e o que não se pode”, destacou. Assista um dos protestos abaixo: