Pelo menos 95 pessoas morreram quando homens armados invadiram uma aldeia no centro de Mali, na África, no domingo do dia 9 de junho, confirmou a agência internacional de notícias France 24. O atentado registra mais ataque em uma região que vem testemunhando o ressurgimento da violência étnica e jihadista.

O ataque ocorreu na aldeia étnica Dogon, em Sobane, na região central de Mopti, no Mali, onde caçadores Dogon e membros do grupo étnico Fulani, em grande parte nômade, se confrontaram repetidamente nos últimos meses.

Agressores armados incendiaram a vila e atiraram em aldeões enquanto tentavam escapar das chamas, disse o prefeito de Sangha ao correspondente da France 24 em Bamako, Christelle Pire.

O prefeito disse que os corpos carbonizados de 95 pessoas foram encontrados e que muitos outros moradores estavam desaparecidos.

Contactado pela France 24, o ministério da defesa do Mali confirmou o número de mortos em 95, acrescentando que 19 pessoas ainda estavam desaparecidas e que o número provavelmente aumentaria.

Posteriormente, o ministério de comunicação do Mali apresentou um número de mortos atualizado de 35, baseado naqueles que haviam sido identificados pelo governador de Mopti. No entanto, o número de 95 pessoas mortas foi confirmado pela missão da ONU em Mali, MINUSMA, com fontes locais, observando que a contagem do governador não inclui corpos encontrados nas casas destruídas.

Comentário:

Informações de fontes ligadas à Igreja Católica local disseram que o número exato das vítimas é de 105, incluindo mulheres, crianças e idosos, e que todos os mortos eram cristãos. A suspeita é que o grupo da etnia Fulani, conhecida pelos radicais islâmicos que já realizaram diversos atentados na Nigéria, tenha sido o responsável pelos ataques.

Além do fato bárbaro por si só, o caso também chama atenção, porque, apesar da absurda gravidade frente o número de mortos, a notícia não repercutiu como poderia na grande mídia, especialmente quando comparada a outros atentados de menor proporção.

Tudo isso parece indicar um caráter seletivo na transmissão de informações de grande impacto político e cultural, algo que não pode passar despercebido aos olhos e ouvidos de legisladores e da sociedade em geral.