O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve no Rio de Janeiro na última quarta-feira (18/12/19), pela primeira vez após a sua libertação da cadeia em Curitiba, onde cumpriu pena de 580 dias de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Aclamado pela esquerda como um líder de grande popularidade e aceitação, o petista não fez aparições nas ruas, muito menos utilizou avião comum para se deslocar ao estado carioca. Em vez disso, após chegar de jatinho fretado, Lula foi para um evento fechado no Circo Voador.

O local de 3 mil metros quadrados tem capacidade para 2.200 pessoas, mas na ocasião, aparentemente, se encontraram apenas 500 “intelectuais e artistas”. O número estimado de participantes foi divulgado pelas próprias mídias ligadas à esquerda, como a revista Forum.

“O ex-presidente Lula participa na próxima quarta-feira (18) de um ato no Rio de Janeiro com mais de 500 artistas e intelectuais”, diz o editorial. Essa estimativa pode ser avaliada em um vídeo divulgado pelos militantes do “Brasil 247” (abaixo), onde é possível constatar a presença de poucas pessoas no local, contudo, aglomeradas próximo ao palco.

Público em decadência

O que esses fatos revelam é que o público do ex-presidente Lula está, de fato, em decadência. Salvo um círculo cada vez mais estreito de “intelectuais e artistas”, além de líderes sindicais, partidários e de movimentos como o MST, o líder petista não consegue mais reunir grandes multidões.

A realização de eventos em locais fechados é uma forte evidência dessa popularidade em decadência de Lula. Do contrário, gabando-se de ter o “apoio do povo” e dominando a arte da oratória, o ex-presidente jamais abriria mão de influenciar multidões nas ruas, falando abertamente para um público não selecionado.

Contraste com Bolsonaro

A capacidade de se expôr em público e falar abertamente para pessoas não selecionadas tem sido uma característica marcante do presidente Jair Bolsonaro, o qual geralmente faz questão de parar nos locais por onde passa para cumprimentar os populares pelo caminho.

Não há melhor pesquisa de popularidade do que às ruas, e isso o PT sabe muito bem, por isso evita que o seu maior representante vá aos locais sem estar acompanhado de forte militância, visto que a real exposição da sua rejeição pela maioria dos brasileiros será um golpe para a imagem da esquerda nacional.

Lula não apenas sabe que a sua baixa-popularidade contrasta radicalmente com a do presidente Bolsonaro, como já evita falar em candidatura para à presidência em 2022. “Eu também vou estar com 77 anos… É hora de parar de ser candidato?”, questionou o petista no evento com os “artistas e intelectuais”, segundo a Folha.

Evidentemente, naquele ambiente pré-selecionado, houve forte rejeição à ideia de que Lula não será candidato em 2022, mas suas palavras indicam uma realidade da qual ele e o PT estão conscientes, e por isso certamente já devem planejar uma via alternativa para o próximo pleito.

A “Ficha Limpa” não é o maior terror do PT e Lula, mas sim quem eles menos esperavam: o povo!