Um robô dotado de inteligência artificial com capacidade para diagnosticar pacientes e dar receitas de acordo com os sintomas começou a “trabalhar” em um ambulatório da província oriental chinesa de Anhui, informa nesta segunda-feira a agência oficial Xinhua.
O chamado “Médico Assistente AI”, desenvolvido pela firma chinesa iFlytek, realiza as práticas no centro médico Shuanggang, da cidade de Hefei, capital provincial.
O médico-robô, de aspecto humanoide, grandes olhos azuis e com um permanente sorriso, é capaz de lembrar diagnósticos e receitas de outros médicos que trabalham no centro na hora de tratar seus pacientes, se baseando em passadas experiências.
O robô já havia ganhado fama no ano passado ao se transformar no primeiro do mundo a superar o exame para obter a licenciatura para trabalhar como médico.
Apesar de suas boas aptidões, por enquanto um médico de carne e osso terá que confirmar se os diagnósticos deste médico mecânico ou as remédios que prescreveu são ou não os corretos, afirmou a agência “Xinhua”.
Robôs chineses já são usados no país para tarefas até agora pouco convencionais para estas máquinas, como a redação de notícias, a composição de poemas e o cuidado de pessoas, desde crianças em creches até idosos nos asilos.
Comentário:
Uma das questões primordiais atualmente no âmbito da saúde é a qualidade do atendimento. E quando falamos em qualidade, nos referimos ao atendimento humanizado.
A dificuldade de alguns em compreender isso é devido a lógica de mercado nortear a lógica hospitalar, onde os "pacientes" são vistos como "demandas" e a doença como um produto de negócio.
Na contramão disso, há os que defendem a humanização do atendimento, ensinando que os profissionais de saúde devem investir mais tempo na relação com seus pacientes/clientes. Isso influencia não apenas na qualidade do diagnóstico, mas também no processo de cura, ou saúde, da pessoa atendida.
Nada mais compreensível do que um país como a China, com um quinto da população mundial (1,379 bilhões de pessoas em 2016), criar meios de automatizar o atendimento em saúde, aumentando assim a sua "produção" e resultados financeiros. Se por um lado há uma necessidade real de inovação e evolução tecnológica, por outro há também interesses muito além dessas.
Em todo caso, como poderemos no futuro conciliar a tecnologia com a qualidade de atendimento em saúde? Como evoluir sem perder o aspecto mas essencial e curativo das nossas relações interpessoais, que é a humanidade?
São questões que devemos pensar, sempre, para que possamos tornar a tecnologia nossa aliada e não mais um problema.
Fonte: Efe
Comentário: Will R. Filho